Nova Iorque - O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se hoje "profundamente chocado com as imagens de civis mortos em Bucha", na região de Kiev, onde muitos corpos foram descobertos após a partida das forças russas.
"É essencial que uma investigação independente permita encontrar os responsáveis", acrescentou num breve comunicado à imprensa.
A ONU considerou hoje que a descoberta de valas comuns em Busha, na Ucrânia, após a retirada das forças russas, levantou sérias questões sobre "possíveis crimes de guerra", enfatizando a importância de preservar todas as evidências.
"O que se sabe até agora levanta claramente questões sérias e perturbadoras sobre possíveis crimes de guerra e graves violações do direito internacional humanitário", disse o escritório de direitos humanos da ONU.
Na cidade de Busha, a noroeste de Kiev, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, segundo autoridades ucranianas.
O escritório de direitos humanos da ONU afirmou que a sua equipa no local ainda não conseguiu verificar as alegações.
"Estamos muito preocupados com as fotos e vídeos disponíveis, incluindo imagens de corpos com as mãos amarradas nas costas", acrescentou, no entanto a ONU.
A mesma fonte não descartou que "os corpos de soldados ucranianos ou russos mortos durante as hostilidades" estejam entre os "cerca de 300 cadáveres que as autoridades da cidade dizem ter encontrado e enterrado".
"Civis que morreram de causas naturais, ataques cardíacos ou outros problemas de saúde desencadeados por stress e falta de acesso a medicamentos e assistência médica no último mês também podem estar entre os mortos encontrados nas ruas da cidade", acrescentou.
Mas, dada a possibilidade de terem sido cometidos crimes de guerra, a ONU considerou importante "exumar e identificar todos os corpos" para estabelecer as causas exatas da morte.
Em Busha, cidade localizada a cerca de 30 quilómetros de Kiev, recentemente recuperada pelas forças ucranianas, dezenas de cadáveres foram encontrados nas ruas e enterrados em valas comuns, mas a Rússia negou hoje que as suas tropas tenham matado civis nesta cidade e assegurou que todas as fotografias e vídeos publicados pelo governo ucraniano são "uma provocação".