Luanda – O artista plástico António Tomás Ana “Etona” apelou aos fazedores da arte para um maior diálogo e troca de experiências inter-geracionais, como forma de preservar o legado da Independência nacional por meio dos elementos culturais.
Em declarações à ANGOP a propósito das celebrações do 49º aniversário da Independência nacional, assinalado esta segunda-feira, 11 de Novembro, Etona reiterou a necessidade de os angolanos cultivarem hábitos tendentes a buscar experiências na forma de fazer a arte.
O artista defende que a nova geração deve manter uma postura filosófica, buscando sempre criatividade, dinamismo e profundo conhecimento, e a mais experiente mostrar-se disponível na transmissão dos valores culturais nacionais.
Acredita ser desta maneira que se pode continuar a honrar os sacrifícios dos ancestrais, preservar a Independência nacional e desenvolver as artes.
“As entidades do poder têm de apoiar os jovens que fazem a arte, para dinamizar este sector importante “, solicitou, justificando a sua tese pela “grande influência” que as artes tiveram na conquista da liberdade nacional.
A este propósito, Etona citou o exemplo da máscara do reino Tchokwe, da música e das artes plásticas, entre outras, que serviram como “armas tangíveis e intangíveis”, no processo da luta pela Independência nacional.
Estes elementos, considerou, tiveram um grande impacto pelo facto de, na altura, serem apresentados de forma revolucionária, para poder protestar junto das autoridades coloniais, como no caso da escultura Mukixi que desempenhou um papel activo na administração da justiça.
Mencionou igualmente a tradição dos guerrilheiros angolanos, no passado, de entrarem nas matas com máscaras no peito como símbolo da abertura do caminho da libertação.
Por isso, Etona lamentou o facto de o primeiro Presidente de
Angola, António Agostinho Neto, ser lembrado de forma redutora por certas pessoas, nesta época de comemoração de mais um aniversário da Independência nacional.
Em vez disso, prosseguiu, a sociedade devia estudar o discurso e as obras do fundador da Nação, com vista a ampliar o conhecimento sobre o seu percurso até à proclamação da Independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975.
AMC/SEC/IZ