Washington - Com os republicanos cada vez mais confiantes numa vitória nas eleições intercalares em Novembro, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, rejeitou hoje as sondagens e garantiu que ainda há tempo para "mais uma mudança" a favor dos democratas.
Se conseguirmos que as pessoas votem, venceremos", salientou Biden perante dezenas de elementos do Partido Democrata, que aplaudiram a sua entrada na sala antes do discurso que o apelidou como "argumento final".
Membros da campanha democrata partilharam a transmissão ao vivo do discurso, realizado a 15 dias das eleições de 08 de Novembro.
Esta foi a mais recente tentativa de Joe Biden em transformar as eleições intercalares como uma escolha entre democratas e republicanos, em vez de um referendo ao seu governo impopular, numa altura de insatisfação económica.
Biden tem evitado amplamente os eventos tradicionais de campanha em todo o país, em favor de discursos nos quais ele tenta enquadrar as propostas para os eleitores.
"As sondagens dizem de tudo", referiu o chefe de Estado norte-americano, acrescentando que estas se tornaram cada vez menos confiáveis para medir a opinião pública”, disse Biden.
Segundo Biden, “os republicanos à frente, democratas à frente. Mas vai encerrar, eu acho, com mais uma mudança de democratas à frente".
Apontou que os republicanos pretendem reverter o progresso na expansão da cobertura de saúde, limitando o custo dos medicamentos prescritos e aumentando os impostos sobre as empresas.
"Pelo menos estão a ser honestos desta vez e a dizer exactamente o que querem fazer se vencerem", acrescentando que "estão tão confiantes de que vão ganhar, que estão a dizê-lo sem um pingo de vergonha".
Biden procurou novamente associar os republicanos ao ex-presidente Donald Trump, acusando-os de serem "políticos extremistas mega-MAGA", em referência ao slogan do rival (Make America Great Again).
E voltou a manifestar o seu desprezo por três líderes republicanos, o líder da minoria na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, da Califórnia, o senador Ron Johnson, de Wisconsin, e o senador Rick Scott, da Flórida.
Scott, que lidera o comité Nacional Republicano do Senado, tem sido o adversário mais popular de Biden por causa da sua proposta de exigir que todas as leis federais sejam autorizadas a cada cinco anos.
Para os democratas, esta proposta é uma clara ameaça aos programas de direitos populares. "Deixem-se ser claro. Não vou cortar a Segurança Social. Não vou cortar o Medicare", assegurou Biden.
O democrata enfatizou também que o défice federal diminuiu sob a sua liderança, em resposta à acusação dos republicanos de que tem sido muito descuidado com os gastos. "Nós, os democratas, somos os responsáveis fiscalmente", vincou.
Entre aplausos, Biden cumprimentou trabalhadores democratas, com quem tirou também várias “selfies” antes de sair da sede do Partido Democrata.
O partido republicano recuperou nas sondagens o favoritismo para ganhar o controlo do Congresso nas eleições intercalares de 08 de Novembro, em linha com a tendência histórica de derrotar o partido do presidente que estiver no poder.
De acordo com o modelo preditivo da plataforma especializada FiveThirtyEight, o resultado mais provável das eleições é que os republicanos retomem o controlo da Câmara dos Representantes e do Senado, com uma probabilidade de 44 em 100.
A hipótese de que os republicanos ganhem apenas a Câmara e os democratas retenham o Senado é agora inferior, 37 em 100.