Roma - O Governo italiano vai aumentar as expulsões de migrantes a partir de Setembro, depois de registar um aumento de 115,1% nos primeiros sete meses deste ano face ao mesmo período do ano passado, informou nesta terça-feira o Ministério do Interior.
De acordo com os últimos dados oficiais, 89.158 migrantes desembarcaram na costa italiana em 2023 face aos 41.435 no mesmo período de 2022, o que significa um aumento de 115,1%.
A Tunísia é agora o principal país de origem das pessoas que chegam a Itália.
Os repatriamentos também tiveram um aumento de 28,05%, assim como os pedidos de asilo (70,59%), dos quais um em cada dois foi indeferido.
“Reforçaremos o sistema de expulsões, especialmente para pessoas que se mostraram perigosas”, disse o ministro do Interior, Matteo Piatendosi, em entrevista à edição de hoje do jornal "II Messaggero".
O responsável referiu que o Governo já conseguiu um aumento de 30% nas expulsões em 2023, percentagem que quer agora aumentar.
O aumento de chegadas de migrantes está "ligado a uma dramática crise socioeconómica na Tunísia”, reforçou.
“Prova disso é que se as estatísticas se limitassem aos países tradicionais de partida, nomeadamente Argélia, Líbia e Turquia, os dados das chegadas ao nosso país até diminuiriam", acrescentou.
E sobre a mudança em relação às Organizações não Governamentais (ONGs) de ajuda no Mediterrâneo, alvo de ataques do Governo italiano, o ministro garantiu que “eles agora também estão a agir sob as directrizes da guarda costeira italiana”.
“O salvamento no mar é garantido pelo Estado, visto que, dos 72.046 salvamentos na zona SAR (zonas marítimas sob soberania) quase todos foram realizados pelo Estado, enquanto as ONGs realizaram 4.113”, enfatizou.
Contudo, os desembarques continuam em Lampedusa onde, desde a meia-noite, chegaram 299 migrantes em sete pequenas embarcações, somando-se às 454 que desembarcaram na segunda-feira.
O Papa Francisco lembrou, no domingo, que "já morreram quase 2.000 homens, mulheres e crianças desde o início do ano" ao tentar chegar à Europa através da travessia do Mediterrâneo, apelando a "esforços políticos e diplomáticos" para evitar novas tragédias.DSC