Luanda – O Presidente em exercício da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico, (OEACP), João Lourenço, afirmou esta segunda-feira, em Nova Iorque (EUA), que este bloco confronta-se com obstáculos financeiros e institucionais prementes.
“Estes desafios, se não forem resolvidos, arriscam minar a nossa capacidade de servir eficazmente os interesses dos nossos povos e de defender as aspirações que uniram os nossos 79 Estados-Membros”, justificou o também Chefe de Estado angolano, durante uma reunião desta comunidade.
No evento, que decorreu à margem da semana de alto nível da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente desafiou os Estados-membro a enfrentar esta realidade e a trabalhar em prol de soluções sustentáveis que garantam a força e a longevidade da organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico para gerações futuras.
Lembrou que a OEACP ao longo de quase 50 anos, brilhou como um farol de solidariedade e propósito comum.
Situação do Haiti
Outra preocupação que a OEACP tem sobre a mesa é a situação no Haiti, país do Caribe a viver uma grave instabilidade política e uma deterioração do ambiente de segurança.
“Os nossos irmãos e irmãs no Haiti estão a sofrer uma grave instabilidade política e uma deterioração do ambiente e segurança”, alertou João Lourenço.
Perante este contexto, enquanto comunidade de nações comprometida com a solidariedade, disse que é obrigação moral da OEACP oferecer apoio tangível e estar ao lado do Haiti neste momento de grande necessidade.
Afirmou que a gravidade da crise exige uma acção imediata e coordenada, não só com palavras, mas também, na medida do possível, com acções.
“Que esta cimeira seja um testemunho da nossa determinação colectiva. “Juntos podemos e devemos enfrentar os desafios financeiros e estruturais dentro da nossa organização, garantindo ao mesmo tempo que a nossa família haitiana não esteja sozinha, frágil e perdida”, apelou.
Neste sentido, a reunião adoptou uma Declaração que expressa ampla solidariedade com o povo haitiano.
Botswana lidera operação de resgate financeiro
Por proposta do presidente pro tempore da organização, foi acordado, por consenso, que o Presidente Mokgweetsi Masisi, do Botswana, actuasse como “campeão” do processo de angariação de recursos financeiros para recuperar a situação financeira da OASCP.
Em 6 de junho de 1975, o grupo de Estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP) foi fundado em Georgetown, Guiana. O objetivo, na altura, era estreitar os laços com a Europa, unindo países que partilhavam uma história comum de colonialismo.
O mundo foi então marcado pela Guerra Fria, que exigiu alianças. Estes países procuraram dar prioridade ao desenvolvimento sustentável e obter acesso razoável aos mercados europeus e ocidentais. Conseguir isto só foi possível através da colaboração e da solidariedade.
Em 2019, o grupo formado pelos países de África, Caraíbas e Pacífico (ACP) passou a designar-se pela Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OACP), tendo como secretário-geral o antigo ministro angolano dos Negócios Estrangeiros, Georges Rebelo Pinto Chikoti.
ART