Ramiros - O incumprimento das normas preventivas contra incêndios e negligência são apontados pelo Serviços de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) como as principais causas dos sinistros registados nos últimos dias em Luanda.
Em menos de oito dias foram registados, em Luanda, três incêndios de médias proporções originados por curto-circuito, em quiosques de uma feira na Centralidade do Kilamba, no terraço do edifício Royal Park, na zona do Morro Bento, e no armazém localizado no distrito urbano do Hoji ya Henda, sem vítimas humanas.
Dados dos Serviços de Bombeiros e Protecção Civil revelam que por dia, em média, quatro a cinco incêndios são registados por curto-circuito em residências, estabelecimentos comerciais e viaturas.
Em declarações hoje à ANGOP, o porta-voz do SPCB em Luanda, intendente bombeiro Faustino Mingues, disse que a cultura preventiva de incêndio por parte da população e agentes de estabelecimentos comerciais é muito fraca, não respeitando as normas de segurança contra este tipo de sinistro.
O responsável deu ênfase à necessidade de cumprimento das orientações baixadas pela instituição adstrita ao Ministério do Interior (MININT).
Recordou, que em 2011, foi exarado um Decreto Presidencial, com número 195/11, de 8 de Julho, que estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndios, cujo cumprimento é assegurado pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
Os edifícios, acrescentou, estão sujeitos a inspecções regulares, a realizar pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros ou por entidade por ele designado, para a verificação da manutenção das condições de segurança contra incêndios aprovadas e da execução das medidas de auto-protecção.
Acções preventivas
O porta-voz dos bombeiros recordou que a corporação tem anunciado várias medidas de prevenção contra incêndios.
Quanto a instituições, como centros comerciais, hospitais e fábricas, os bombeiros são algumas vezes solicitados a dar pareceres sobre obras, segurança e áreas para a instalação de extintores e de bocas-de-incêndio.
Hoje, congratulou-se, as obras têm detectores de incêndio que quando surgem fumos ou se registam altas temperaturas soltam jactos de água.
Referiu ser bom que os bombeiros sejam solicitados para pareceres de projectos de construção de supermercados e de hospitais.
Medidas em caso de infracções
Sublinhou a importância do pessoal de segurança saber utilizar os extintores e outros meios que impeçam que os incêndios tomem grandes proporções, quer em casas particulares, quer em instituições.
“Várias medidas de prevenção têm sido transmitidas às instituições, como a importância dos trabalhadores saberem manusear extintores e de se criarem brigadas que consigam fazer face a situações de incêndio e de outros incidentes”, referiu.
Os bombeiros, afirmou, têm realizado visitas de rotina a algumas instituições comerciais, discotecas e empresas para observarem, sugerirem medidas e apresentarem correcções que têm de ser acompanhadas pelos responsáveis.
Lamentou o facto de determinadas instituições não cumprirem as orientações dos técnicos por não haver uma norma que puna os infractores. JG/ART