Lubango - Sete agentes públicos, entre eles o responsável das duas morgues do hospital central do Lubango, “Dr. António Agostinho Neto”, foram detidos nesta terça-feira, por corrupção e enriquecimento ilícito, por venda ilegal de urnas na unidade.
A denúncia foi feita à Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) por um cidadão que estava a ser obrigado a comprar uma urna para seu ente querido que faleceu no Sanatório do Lubango.
Segundo uma nota da IGAE, chegada à ANGOP, hoje, quarta-feira, a compra da urna nesses funcionários era a condição para um tratamento digno ao cadáver.
Cada caixão era vendido pelos suspeitos entre 80 mil a 180 mil Kwanzas, tendo o grupo sido surpreendidos por inspectores da IGAE e agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC) com 68 mil kwanzas da última prestação paga pelo denunciante.
Para além chefe das morgues, estão seis maqueiros colocados nos hospitais Central do Lubango, Maternidade “Irene Neto”, Sanatório e na direcção municipal da Saúde, cujas idades variam dos 28 e 60 anos.
No local foram encontradas 43 urnas destinadas à venda, supostamente propriedade dos funcionários, normalmente comercializadas no interior das morgues, dada a facilidade de ocultar.
Questionadas sobre o assunto, as directoras das referidas unidades, segundo a nota da IGAE, informaram desconhecer que tais actos ocorressem nas suas instituições e reprovaram a atitude dos agentes públicos.
Os referidos funcionários foram entregues ao SIC, a fim de serem presentes ao Ministério Público, para legalização da detenção e determinação da medida de coacção pessoal a ser aplicada.
O Hospital Agostinho Neto, com 520 camas, tem duas morgues, uma interior para casos somente da unidade e outra externa que acode alguns casos do sanatório, Maternidade, Pediatria, clínicas privadas e corpos encontrados na via pública.