Viana – As constantes ocorrências de casos de abuso sexual, violência doméstica, fuga à paternidade e tráfico de seres humanos em Luanda resultam da falta de diálogo no seio familiar e da cultura de denúncia.
Esta constatação foi apresentada esta sexta-feira, na capitral do país, pelo técnico do Comité Provincial de Luanda dos Direitos Humanos, Adelmo Bravo, durante uma palestra sobre tráficos de seres humanos, recomendondo maior abordagem destas questões nas escolas, igrejas e mercados.
Segundo ele, direitos humanos não é um assunto de gabinete, mas algo que deve ser partilhado nas comunidades para que as pessoas estejam informadas sobre onde e quem deve ser denunciado em caso de infracção.
Devido a sua densidade populacional, acrescentou, Luanda debate-se diariamente com muitos casos desta natureza, mas é necessário infiltrar-se no seio da comunidade para que ela esteja melhor infomada sobre esta questão.
Adelmo Bravo disse ainda que a falta de diálogo afecta maioritariamente as crianças e adolescentes, que por via disso, vão constituir famílias desestruturadas.
A referida palestra foi promovida pelo Comité Provincial de Luanda dos Direitos Humanos, em parceria do comité local dos direitos humanos de Viana, e está inserida nas comemorações do 30 de Julho, Dia Internacional de Luta Contra o Tráfico de Seres Humanos.
O Dia contra o Tráfico de Seres Humanos foi proclamado através da resolução 68/192 da Assembleia Geral das Nações Unidas a 18 de Dezembro de 2013.
Para o ano 2024 o tema é “Que nenhuma criança fique para trás na luta contra o tráfico de pessoas”, pois as crianças representam uma proporção significativa das vítimas de tráfico em todo o mundo, sendo as raparigas afectadas de forma desproporcionada. FCC/HDC/VIC