Luanda - O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, declarou esta sexta-feira, em Luanda, que o seu partido "não reconhece" os resultados provisórios das eleições de 24 de Agosto, divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Na sua primeira declaração oficial após o sufrágio, o político da oposição disse haver discrepâncias entre os dados avançados pela CNE e os apurados no Centro de Escrutínio Paralelo daquela força partidária.
No histórico das eleições angolanas, a UNITA nunca reconheceu os resultados finais, alegando sempre a existência de fraude, sem nunca apresentar provas.
Conforme os dados da CNE, o MPLA venceu as eleições com 51,07 por cento dos votos, e obteve 124 mandatos, contra 44,05 da UNITA, que obteve 90 deputados.
Com esses dados provisórios, o candidato do MPLA, João Lourenço, foi eleito nas urnas para o cargo de Presidente da República, seguido de Adalberto Costa Júnior, Benedito Daniel (PRS), Nimi a Simbi (FNLA) e Florbela Malaquias (PHA).
Além dos dois partidos, o PRS, a FNLA e o PHA conseguiram eleger dois deputados cada, do total de 220 parlamentares.
Na sua declaração, Adalberto Costa Júnior afirmou que a contagem paralela do partido afere vitória à UNITA em Luanda na ordem dos "70 por cento", suficiente para eleger 4 deputados, contra os 3 anunciados.
Reivindicou, também, mais um mandato na província do Moxico e denunciou supostas discrepâncias no Círculo Eleitoral do Cuanza Sul que, segundo as actas do seu partido, dariam "mais mandatos".
Adalberto Costa Júnior desafiou a CNE a criar uma comissão, com a participação internacional, para a comparação das actas síntese em sua posse e as da UNITA.
A propósito, a legislação angolana não prevê a criação de tal comissão, reconhecendo a CNE como a única entidade responsável pela contagem e divulgação dos resultados eleitorais.
Apelou, entretanto, à calma e à serenidade do povo, tendo saudado a postura dos eleitores que afluiram às urnas.
As eleições de 24 de Agosto contaram com a participação de oito concorrentes, sendo MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, CASA-CE (a única coligação), APN e P-NJANGO.