Díli - As autoridades timorenses começaram hoje (sexta-feira) a distribuir os 20 mil livros com quase 980 mil boletins de voto que serão usados no dia 19 de Março para os eleitores timorenses escolherem o próximo Presidente da República.
"Cada ciclo eleitoral tem a sua complexidade e este também, com mais eleitores, mais centros de votação, mais candidatos do que nunca. Mas tudo foi feito para garantir que esta eleição é um êxito e 90% do material não sensível já foi entregue. Hoje distribuímos o material sensível", explicou o director-geral do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Acilino Manuel Branco, numa cerimónia hoje realizada.
Os boletins, com o maior número de candidatos de sempre (16), foram impressos nas últimas duas semanas, sob fortes medidas de segurança, na Gráfica Nacional. Cada pacote de boletins terá o seu destino, conforme a mesa de voto.
Hoje, o director-geral do STAE entregou os boletins e outro material aos presidentes das autoridades municipais e à Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), antes da viagem para os municípios.
"Temos estado a trabalhar nestes preparativos praticamente sem descanso", disse hoje Acilino Manuel Branco, director-geral do STAE, destacando a conclusão "com normalidade" das várias fases, até agora, apesar de desafios como a pandemia da covid-19 ou dificuldades logísticas.
Com os 973.600 boletins de voto segue igualmente outro material considerado "sensível" e essencial para a eleição, incluindo as urnas -- que mantém a tradicional cor azul-clara e tampa branca --e os pregos, usados em Timor-Leste para votar.
Herança das votações ainda do período de ocupação indonésia, os pregos tornaram-se um dos 'símbolos' do voto, sendo usados até nas campanhas, com os cartazes a incluírem imagens de pregos a 'marcar' o espaço no boletim onde apoiar o respectivo candidato.
No 'kit' de material segue ainda um dos símbolos da votação, a tinta indelével roxa usada para marcar o indicador de quem já votou.
A complexidade do processo de distribuição do material -- num país onde algumas das vias de acesso estão em muito mau estado, especialmente na época das chuvas -- levou à gigantesca aglomeração de caixas, divididas por município, que se avolumaram no recinto de entrada do STAE.
O processo envolve mais de 300 viaturas e milhares de pessoas, entre funcionários do STAE, equipas policiais, autoridades municipais e locais, com Acilino Manuel Branco a recordar que tudo pode ser acompanhado por observadores, fiscais dos candidatos e media, "para garantir a máxima transparência a todo o processo".
"Queremos garantir uma eleição justa, credível e com transparência, construindo confiança publica ao passar de cada ciclo eleitoral. E este é um momento importante, em que os boletins de voto começam a ser distribuídos e entregues à responsabilidade das estruturas municipais", disse Branco.
Faustino da Costa, comandante-geral da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), garante que a instituição "estará no terreno para garantir que o voto decorre em segurança. Comandos municipais, efectivos e estruturas, estão preparadas para um acompanhamento até ao final do processo. Desde a campanha até ao apuramento".
Já o ministro da administração Estatal, Miguel Pereira de Carvalho, salientou que as "eleições presidenciais são muito importantes e é crucial garantir que todos os eleitores exercem o seu direito constitucional plenamente. É uma operação de grande dimensão que envolve milhares de pessoas para garantir que no dia da votação todos podem votar sem problema".
A campanha eleitoral termina no dia 16 e a eleições decorre a 19 de Março.