Cidade do México - Pelo menos 15 pessoas morreram desde segunda-feira, no noroeste do México, em confrontos ligados a uma guerra no cartel de Sinaloa, fundado pelo narcotraficante Joaquin "El Chapo" Guzman.
As autoridades mexicanas enviaram reforços das forças de segurança para Culiacan, a capital do estado de Sinaloa, onde por vezes são vistos corpos na estrada. Ao todo, 20 pessoas estão também desaparecidas, de acordo com um relatório do procurador local divulgado na sexta-feira.
Escolas fechadas, empresas paralisadas, celebrações da independência canceladas: os confrontos armados entre dois clãs do cartel estão a aterrorizar esta cidade de quase um milhão de habitantes.
Os confrontos armados "têm origem" nos acontecimentos de 25 de Julho, explicou à imprensa o governador de Sinaloa, Ruben Rocha Moya.
Nesse dia, o cofundador do cartel, Ismael "El Mayo" Zambada, foi detido no sul dos Estados Unidos, juntamente com um dos filhos de "Chapo" Guzman.
"El Mayo" acusou o filho do antigo sócio de o ter traído para apressar a detenção.
A violência "é certamente" resultado da luta entre os apoiantes de El Mayo e os dos filhos de "Chapo", conhecidos como "Chapitos", disse o governador.
Devido à violência, as celebrações do Dia da Independência, a 15 de Setembro, foram canceladas, disse o governador, indicando que "não haverá festividades públicas ou privadas".
As escolas foram completamente encerradas na quinta e na sexta-feira.
Lojas fechadas, compras em pânico, receio de escassez nos supermercados: a violência está também a afetar a economia local.
Pelo menos duas mil pessoas deixaram de ir trabalhar por medo da violência, de acordo com comerciantes.
"El Mayo" Zambada declarou-se inocente das acusações de tráfico de droga num tribunal de Nova Iorque, na sexta-feira.
Por seu lado, "El Chapo" está a cumprir uma pena de prisão perpétua nos Estados Unidos por tráfico de droga.
Na sexta-feira, o Presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, referiu "alguns problemas", enquanto centenas de militares foram destacados para o local.
"Há o exército, a marinha, a guarda", disse Lopez Obrador, pedindo aos moradores que 'ajam com cautela, mas sem alarmismo'.
O Presidente pediu ainda às partes em conflito para que "atuem com um mínimo de responsabilidade".
Culiacan foi abalada pela violência em 05 de Janeiro, quando Ovidio, outro filho de "Chapo", foi detido, com um balanço de 29 mortos, incluindo 10 soldados. Ovidio foi entretanto extraditado para os Estados Unidos.CS