Beirute - O Hezbollah afirmou hoje que o Exército israelita ainda não conseguiu ocupar "uma única aldeia" no sul do Líbano, onde lançou uma ofensiva terrestre a 30 de Setembro, segundo a Reuters.
"Ao fim de 45 dias de batalhas sangrentas, o inimigo israelita ainda não conseguiu ocupar uma única aldeia" no sul do Líbano, afirmou o responsável pela comunicação do movimento xiita libanês, Mohammad Afif, numa conferência de imprensa realizada hoje no sul de Beirute.
Afif acrescentou que os combatentes do Hezbollah (Partido de Deus) conseguiram repelir o Exército israelita em Khiam, a cerca de seis quilómetros da fronteira e que Israel não conseguiu "penetrar em várias frentes", na região de Bint Jbeil.
Desde 30 de Setembro, o Exército israelita tem lançado incursões no território libanês e dinamitado edifícios em aldeias fronteiriças, sem estabelecer bases.
O Hezbollah acusou Israel de querer criar uma "terra de ninguém" na zona de fronteira.
Mohammad Afif negou também o que considerou "alegações" de Israel segundo as quais o número de mísseis do Hezbollah teria diminuído na sequência dos ataques diários contra o Líbano.
"Como é que o nosso armazenamento de mísseis pode ter diminuído quando, há alguns dias, atacámos os subúrbios de Telavive (...) e utilizámos pela primeira vez mísseis Fateh ?, questionou.
O Hezbollah, que lança mísseis, foguetes de artilharia e drones em território israelita, anunciou, em 06 de Novembro, que tinha começado a utilizar mísseis balísticos Fateh 110, de fabrico iraniano, que, segundo os especialistas, têm um alcance de 300 quilómetros.
Israel tem vindo a travar uma guerra contra o Hezbollah desde 23 de Setembro e matou o líder do grupo, Hassan Nasrallah, num ataque contra os subúrbios do sul de Beirute no dia 27 de Setembro.
Mais de 3.190 pessoas foram mortas no Líbano em mais de um ano de conflito, a maioria das quais civis, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Mohammad Afif afirmou também que o grupo estava preparado e pronto para uma "longa guerra".
O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, declarou hoje que se tinham registado "alguns progressos" no sentido de um cessar-fogo no Líbano.
Questionado sobre as perspectivas de um cessar-fogo, o responsável do Hezbollah respondeu que, desde a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, ocorreram "contactos entre Washington, Moscovo, Teerão e outras capitais".
"Mas, de acordo com as minhas informações, nada de oficial chegou ao Hezbollah ou ao Estado libanês", acrescentou. GAR