Maputo - A Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral "Decide", denunciou hoje que pelo menos seis pessoas morreram esta manhã na província de Nampula (norte), e outras nove ficaram detidas em Manica (centro), em confrontos entre manifestantes e polícia.
Segundo dados divulgados no levantamento feito por aquela plataforma que monitoriza o processo eleitoral, pelo menos oito pessoas foram igualmente baleadas na província de Nampula, também em tumultos entre as autoridades policiais e manifestantes, noticia a Lusa.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane pediu um novo período de manifestações nacionais em Moçambique, durante três dias, a partir de hoje, em todas as capitais provinciais, incluindo Maputo, contestando o processo eleitoral.
O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) Bernardino Rafael, afirmou na terça-feira que é preciso um "basta" às manifestações e paralisações, referindo que são "terrorismo urbano" com intenção de "alterar a ordem constitucional".
"Urge dizer basta às manifestações violentas com tendência de sabotagem de grandes empreendimentos que o país conquistou durante a independência e que são a esperança da geração vindoura", declarou Bernardino Rafael.
Os empresários moçambicanos estimaram no mesmo prejuízos em 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros) causados em dez dias de paralisações e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, com 151 unidades empresariais vandalizadas.
O Ministério Público (MP) moçambicano já instaurou 208 processos-crime para responsabilizar os autores "morais e materiais" da violência nas manifestações pós-eleitorais, anunciou também na terça-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR), responsabilizando o candidato presidencial Venâncio Mondlane. DSC/AM