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Autoridades não conseguem monitorizar radioatividade em Chernobyl

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  • Luanda • Quarta, 13 Abril de 2022 | 17h26

Kiev - As autoridades ucranianas não conseguem restabelecer a monitorização da radioatividade em Chernobyl, no norte da Ucrânia, onde, afirmam, as forças russas que ocuparam o local do pior acidente nuclear de sempre criaram uma rede subterrânea.

"O sistema de monitorização do nível de radioatividade na zona proibida continua a não funcionar. Os servidores que gerem esta informação desapareceram. Não podemos dizer se [a zona] é completamente segura", afirmou Evguen Kramarenko, chefe da agência estatal encarregada da zona proibida de Chernobyl.

Kramarenko, que falava numa videoconferência citada pela agência France-Presse, afirmou que "até que a eletricidade seja restaurada e os funcionários tenham autorização das forças armadas para irem para os postos de controlo de radioatividade", não lhes é "possível avaliar os danos".

O responsável assegurou que os "ocupantes [russos] escavaram em múltiplos locais" da cidade, onde, em Abril de 1986, ocorreu o acidente nuclear.

"Enterraram equipamento pesado, criaram trincheiras e mesmo cozinhas subterrâneas, tendas, fortificações. Uma destas fortificações situa-se perto de um local de armazenamento temporário de resíduos radioativos", apontou.

As forças russas tomaram a central nuclear no primeiro dia de invasão da Ucrânia, em 24 de Fevereiro, e retiraram-se no final de março, segundo as autoridades ucranianas.

Os soldados russos vão "muito em breve" sentir os efeitos da radiação, advertiu Kramarenko: "alguns dentro de um mês, outros dentro de anos".

Kramarenko referiu ainda que cerca de 1.000 soldados russos estiveram destacados para Chernobyl durante várias semanas, juntamente com 50 veículos blindados.

A Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.





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