Luanda – A produção de bens alimentares em Angola cresceu 6%, nos últimos dois anos, um indicador que demonstra a evolução que o sector agrícola tem alcançado para garantir a segurança alimentar no país.
Segundo o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério da Agricultura e Florestas, Anderson Jerónimo, esse crescimento foi registado em diversas culturas, com realce para o arroz, cuja produção anteriormente era muito reduzida.
O responsável, que falava durante a conferência sobre “Segurança alimentar - Desafios e oportunidades”, um dos temas debatidos no quinto e penúltimo dia da 39ª edição da FILDA, acrescentou que os actuais resultados da actividade agrícola encorajam os agricultores a continuar a trabalhar para assegurar a disponibilidade de alimentos para a população.
Apesar do crescimento do sector, reconheceu não ser ainda a produção suficiente para responder as reais necessidades do mercado interno.
Anderson Jerónimo defendeu a aposta na formação do capital humano e mais investimento nos institutos agrários e escolas de campo.
Porém, recordou que Angola continua a ser auto-suficiente em produtos como a mandioca, banana e batata-doce, bem como carne caprina.
Por seu turno, o director nacional das Pescas, Victor Chilamba, apontou a necessidade de se ajustar a capacidade de pesca e o melhoramento da cadeia de valor.
Lembrou que, em 2023, foram produzidas cerca de 600 mil toneladas, em três segmentos: pesca artesanal , que contribuiu com 35%, industrial e semi-industrial, com 65%, bem como do sub-sector da aquicultura continental, focada na pescado da tilápia (cacusso), com cerca de 8 mil toneladas.
Para além da conferência sobre “segurança alimentar - desafios e oportunidades”, o quinto dia na FILDA 2024 foi também marcado com o fórum sobre “O papel do INAPEM no fomento as iniciativas de estímulo à economia.
O penúltimo dia foi dedicado à Gala Leões de Ouro, que visa premiar os expositores mais destacados durante o evento, bem como à família, com o registo da afluência de vários visitantes à feira.
A FILDA, que conta com mais de mil e 350 expositores, é a maior montra de promoção nacional, realização de negócios e do fomento de empregos. Inclusivamente, o carácter internacional do evento também tem uma impressão digital no fomento à diversificação económica.
O certame conta com a presença de 19 países, com realce para África do Sul, Namíbia, Itália, Alemanha, Brasil, Portugal, EUA, Coreia do Sul, Turquia e Canadá.
A 39ª edição decorre sob o lema "Segurança alimentar e parceria internacional: O binómio da diversificação económica”, numa área de 144 mil metros quadrados, sendo 42 mil de área lúdica de exposição.
A sua realização na ZEE – Zona Económica Especial, Luanda – Bengo configura-se como um convite directo ou indirecto ao investimento em Angola. EH/QCB