Luanda – A implementação de quatro projectos estruturantes enquadrados no fomento da agricultura familiar, em curso em Angola, desde 2020, está avaliada em 700 milhões de dólares (1 dólar vale 852 kwanzas), uma iniciativa financiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e pelo Governo angolano.
Trata-se dos projectos MOSAP 3, SREP, SAMAP e Cadeia de Valor de Cabinda, que já permitiram a instalação de oito mil Escolas de Campo do Agricultor (ECA), integradas por 53 mil famílias, impactando mais de três milhões de pessoas nas 18 províncias do país, segundo o director-geral do IDA, Felismino da Costa.
Em declarações à imprensa, à margem do lançamento do Manual de Escolas de Campo do Agricultor, sublinhou que esses projectos abrangeram, em média, 35 mil famílias agrícolas, permitindo elevar os níveis de produção de 300 para mil toneladas por hectare.
Segundo a fonte, a principal valência da Escola de Campo prende-se com os métodos, as técnicas e o conhecimento científico transmitido às famílias, a partir do experimento no campo real de cultivo local.
Acrescentou ainda que as Escolas de Campo do Agricultor estão a revolucionar o sistema de alfabetização no interior das províncias, pois estimulam cada vez mais as pessoas a aderirem às aulas, com o intuito de aprimorar os métodos e as técnicas agrícolas.
Na ocasião, o coordenador do projecto Cadeia de Valor de Cabinda, José Fernandes, apelou a descentralização das Escolas de Campo do Agricultor, que actualmente estão concentrados no Sul do país, precisando ultrapassar a barreira das 13 províncias e estender-se pelas 18 províncias de Angola.
Referiu que, em Cabinda, o modelo e as técnicas da ECA estão a ser introduzidas na pecuária.
Já o coordenador do MOSAP 3, Francisco Gomes, apontou como principal desafio da implementação da Escola de Campo do Agricultor a protecção dos povos Khoisan, na província do Cuando Cubango.
Por sua vez, o representante do projecto SREP, Guilherme Chipango, disse que a sua organização conta com 73 formadores seniores.
Os referidos projectos, tutelados pelo Ministério da Agricultura e Florestas, estão sob gestão do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA).
Quanto ao lançamento do Manual de Escolas de Campo do Agricultor, o autor Mammadou Diallo considerou que esta obra abre um novo caminho para a extensão rural, pois abrange toda temática relacionada ao desenvolvimento agrário.
A obra, intitulada “Manual Diversificado de Escolas de Campo do Agricultor”, possui 200 páginas e cinco capítulos, sendo co-financiado pelo Banco de Desenvolvimento Africano e pelo Ministério da Agricultura e Florestas. OPF/QCB