Luanda – Mais de 200 mil famílias camponesas estão a ser capacitadas a nível do país, através das Escolas de Campo, com vista o aumento dos níveis de produção e diversificação das culturas, afirmou esta terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha.
Segundo o dirigente, que falava durante o acto de apresentação do programa de fomento da produção agro-pecuária, a formação das famílias camponesas é fundamental para a melhoria das técnicas de cultivos e garantia da auto-suficiência alimentar no seio das comunidades rurais.
Esclareceu que as novas técnicas de produção introduzidas pelas Escolas de Campo têm a ver com conhecimentos sobre os factores de produção agrícola, reforço das capacidades produtivas agro-pecuárias orientadas para a introdução de culturas resistentes à seca, combate de pragas, maneio e sanidade animal, bem como sistemas de irrigação.
Por outro lado, João Cunha fez saber que estão a ser reabilitados dez institutos médios agrários, assim como a ser feito a reformulação do currículo escolar dos mesmos, no âmbito do programa de fomento da produção nacional.
Lembrou ainda que, a nível do ensino superior, existe seis instituições com formação agrária, que poderão colocar mais de oito mil formandos no mercado de trabalho, aumentando a oferta de técnicos neste sector.
Fez saber ainda que decorre o recrutamento de 442 quadros, podendo o número atingir aos 800 profissionais enquadrados no sector.
O secretário de Estado considerou também fundamentar a aposta na formação de quadros no sector da agricultura e pecuária para uma maior aposta nas áreas e o contributo na diversificação da economia do país.
Disponibilização de meios de produção
Para o presente ano agrícola, o Governo disponibilizou mais de duas mil unidades de motocultivadores e cerca de 20 unidades de tracção animal para a agricultura familiar, com vista à melhoria da mecanização agrícola, que conta com duas mil e 500 unidades de tractores em funcionamento.
Nesse período, foram também adquiridas um total de 19 mil e 610 mil toneladas de fertilizantes, sendo cinco mil e 760 toneladas do tipo NPK12-24-12 e 13 mil e 850 toneladas de sulfato de amónio.
A capacidade de oferta de fertilizantes no mercado é de cerca de 50 mil toneladas, quantidades consideradas ainda baixas, face as necessidades do mercado, segundo o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha.
Conforme o responsável, a perspectiva é aumentar a disponibilidade desse insumo para 120 ou 250 mil toneladas.
“Para atingir as metas vamos precisar melhorar a oferta de fertilizantes, para sairmos dos actuais três quilos por hectare e passar a utilizar 10 quilos/por hectare”, destacou.
A par disso, o sector forneceu, igualmente, para a campanha agrícola 2023/2024, mais de 162 mil equipamentos de trabalho, dos quais 50% destes são enxadas.
Contudo, a fonte lembrou que o sector da agricultura tem vindo a contribuir para a estrutura do Produto Interno Bruto (PIB), com uma média de 6,6%, desde 2018 à presente data. Em 2023, a taxa de crescimento foi de 6,6%, prevendo-se a mesma percentagem neste ano. ASS/QCB