Caxito - Mais de oitocentos mil litros de gasóleo encontrado num estaleiro clandestino na localidade do Panguila, província do Bengo, foi apreendido hoje, terça-feira, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Essa apreensão surge dias após o desmantelamento pelo SIC de dois outros estaleiros onde foram confiscados mais de 600 mil litros de combustível, perfazendo cerca de mil e quatrocentos mil litros de combustível apreendido.
Em declarações à imprensa, o porta-voz do SIC, superintendente-chefe Manuel Halaiwa explicou que o estaleiro servia para o contrabando de combustível e anunciou a detenção de dois cidadãos (um chinês e um angolano) ligados ao estaleiro.
Segundo o responsável do SIC, esses indivíduos têm contrato com as concessionárias nacionais (Sonangol, Sonagalp, Pumangol) das quais recebem o combustível, mas faziam um descaminho do produto.
“Esse combustível deveria ser utilizado para o apoio às unidades fabris e ser devidamente acondicionado para o fim útil para o qual está predeterminado, mas o que verificamos é que esses individuos criaram no estaleiro um sistema de contentores onde é escondido o produto e depois é retirado em camiões cisternas para venda ilegal em outros pontos”, disse.
Manuel Halaiwa disse haver suspeitas de adulteração do combustível e fortes indícios da sua preparação para contrabando na fronteira com a RDC.
Disse ainda que o combustível sai por via terrestre e também presumivelmente por via marítima, uma vez que foram encontrados no local um grande número de tambores de lubrificantes, mas que posteriormente podem ser reutilizados para o transporte de combustível.
Ainda no estaleiro, foram apreendidos 195 sacos de carvão vegetal, que pela quantidade configura um crime de agressão ao ambiente.
“Vamos verificar a fonte e o fim para esse carvão, mas pelo que vimos não há cozinhas a carvão, o que indica que esteja a ser usado para revenda noutro ponto do país ou nas zonas fronteiriças”, explicou o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa.
Reiterou que o SIC vai continuar a fazer um combate implacável ao contrabando de combustível, ressatando que essa prática constitui um grande prejuízo para o Estado angolano, que subvenciona esse produto para o consumo nacional. CJ/PA