Caxito – Os membros do conselho provincial de auscultação à comunidade do Bengo sugeriram hoje, terça-feira, a formação de activistas culturais para trabalhar junto das comunidades de forma a resgatar os valores cívicos, culturais, sobretudo no domínio da dança.
Na sessão extraordinária do Conselho Provincial de Auscultação à Comunidade, para a consulta pública do PLANACULT, o secretário executivo do Conselho Provincial da Juventude, Carlos Castro Miguel sugeriu a criação de mais recintos culturais para os jovens desenvolverem as suas actividades no domínio da dança, música, teatro, entre outras acções.
O representante da sociedade civil, Paulo Paím apontou a reorganização das festas tradicionais da lagoa da Ibêndua que oferece possibilidade do aumento da captura do pescado (cacusso e bagre).
O director do Gabinete provincial da Educação, Manuel Fernando defendeu maior rigorosidade no reconhecimento das igrejas para evitar a sua proliferação.
De acordo com o responsável, na lei deveria constar uma obrigatoriedade para quem pretender abrir uma igreja o Estado deve exigir também abertura de uma escola, biblioteca ou alguma coisa que sirva para construção integral do indivíduo.
Por sua vez, O vice-governador provincial do Bengo para o Sector Político, Social e Económico, José Francisco Bartolomeu Pedro disse que as opiniões e sugestões saídas no encontro serão submetidas em tempo útil ao Ministério de Administração do Território (MAT), para o melhoramento do documento que por sua vez vai remeter aos outros órgãos competentes para a sua aprovação.
A sessão de carácter de auscultação debruçou-se sobre o projecto do Decreto Presidencial que aprova o Plano de Apoio à Promoção da Cultura (PLANACULT), Lei das Línguas Nacionais de Angola, Lei de alteração da Lei nº12/19 de 14 de Maio sobre a Liberdade da Religião e Culto e a proposta de Lei sobre Institucionalização do Poder Tradicional.
Ao apresentar as propostas do PLANACULT, ao nível da província, o director do Gabinete Jurídico do Governo provincial do Bengo, Monteiro Pedro informou que a proposta do PLANACULT defende a preservação e valorização das línguas nacionais faladas em função de cada região do país e que devem ser transmitidas de gerações a gerações através do processo de ensino e aprendizagem.
Na província do Bengo, disse, fala-se predominantemente as línguas nacionais Kimbundu, Kicongo, Umbundo e outras menos faladas como luango e diungo.
Segundo Monteiro Pedro, o Bengo é muito rico no plano da cultura, sobretudo da dança, tendo uma variedade de estilo como o Ndembe, maringa e outras danças tradicionais praticadas na província que devem ser preservadas.
Relativamente ao poder tradicional, prosseguiu, a sucessão das autoridades tradicionais tem sido o grande problema na prática, assim como das limitações das competências territorial.
Monteiro Pedro disse que a problemática da expansão das igrejas atentam sobre os princípios éticos tutelados pela constituição devido às práticas que vão fazendo durante os cultos. FS/CJ/PA