Luanda - O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, reiterou esta terça-feira, em Cape Town, África do Sul, a abertura do país ao investimento estrangeiro.
“Angola está aberta ao investimento estrangeiro. Oferecemos termos e condições contratuais e fiscais justas e competitivas, defendendo uma relação ‘ganha-ganha’ para todos aqueles que desejam investir no nosso país. Todos vocês são bem-vindos para vir a Angola e ver por vós mesmos”, disse.
O governante falava na abertura do segundo dia da Conferência “African Energy Week", a decorrer de 4 a 8 deste mês, nesta cidade sul-africana, sob o lema “crescimento energético através de um ambiente favorável”, segundo uma nota do ministério de tutela a que a ANGOP teve acesso.
Conforme o ministro, Angola está comprometida com a transparência em todas as actividades extractivas, razão pela qual aderiu à ITIE (Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva) e, recentemente, apresentou o seu segundo relatório.
Destacou o empenho do país em promover as melhores práticas na redução de emissões na produção de hidrocarbonetos.
“Apraz-me poder dizer que os nossos operadores reagiram positivamente a esta situação e estão a reduzir as emissões passo-a-passo”, referiu, destacando a Azule Energy, uma das operadoras que está actualmente a construir o FPSO Agogo, planeado para ser o primeiro navio FPSO verde do mundo que incorporará capacidades de captura e armazenamento de carbono (CCS) com o objectivo de reduzir significativamente a quantidade de CO2 emitida.
Segundo Diamantino de Azevedo, algumas medidas terão um efeito a longo prazo, como o desenvolvimento do Projecto Kaminho pela TotalEnergies e seus parceiros e actividades na Bacia do Namibe, no sul de Angola, onde a ExxonMobil está a executar o seu primeiro poço de exploração.
Disse acreditar que um sector de petróleo e gás saudável em Angola é bom para o desenvolvimento socioeconómico sustentável, bem como para a segurança energética global.
Diamantino de Azevedo falou também sobre o "Plano Director do Gás Natural” que o Governo está a concluir para definir as bases para alavancar o potencial dos recursos de gás natural de Angola, de forma a garantir a criação de empregos e a geração de receitas para o Estado e desenvolvimento socioeconómico do país.
Reafirmou ainda o compromisso do Executivo angolano com a transição energética, mencionando a necessidade de se continuar e explorar o petróleo e gás, "de forma responsável” para benefício dos angolanos, tendo em conta a realidade socioeconómica.
“O Governo angolano tem trabalhado incansavelmente para estabelecer um ambiente regulatório atractivo e globalmente competitivo, estabelecendo políticas e regimes fiscais orientados para o mercado”, informou o governante, acrescentando que os esforços têm sido dirigidos principalmente para o crescimento da indústria petrolífera, mas com o objectivo final de criar riqueza e prosperidade para todos os angolanos.
A conferência African Energy Week (AEW) é um evento anual da Câmara Africana de Energia que reúne líderes deste ramo do continente, investidores globais e executivos de todo o sector público e privado sobre o futuro da indústria energética africana.
De igual modo, promove o papel que África desempenha nas questões globais de energia, centrado no diálogo e na tomada de decisões lideradas pelo continente.
Angola “pisca olho” a mineradoras sul-africanas
Por outro lado, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás realiza esta quarta-feira, em Joanesburgo, África do Sul, um fórum para a captação de investimento mineiro.
Segundo uma nota do pelouro, mais de cem empresas, entre mineiras e prestadoras de serviços directos à mineração, estão inscritas para o evento que será presidido pelo titular da pasta, Diamantino de Azevedo.
As empresas De Beers e a lapidadora Messica farão discursos de “endorsement”, que visam transmitir aos participantes as suas experiências em Angola.
O director nacional de recursos minerais, Paulo Tanganha, vai apresentar o ambiente legal, fiscal e as oportunidades ímpares que o país oferece para o estabelecimento de negócios mineiros, ao passo que Djanira Santos, administradora da Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), vai abordar as áreas mineiras em promoção, correspondentes a brown field e green field.
Perspectiva-se que o ministro lance, uma vez mais, um apelo para que empresas de mineração apostem em Angola, país atractivo e com enormes recursos por descobrir e explorar. VC