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França rejeita saída do Mali e adverte sobre a segurança dos soldados

     África              
  • Luanda • Sábado, 19 Fevereiro de 2022 | 11h37
Presidente de França, Emmanuel Macron (arquivo)
Presidente de França, Emmanuel Macron (arquivo)
Lino Guimarães

Bruxelas - O Presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou sexta-feira a exigência da junta militar no poder em Bamako de retirar "sem demora" os soldados franceses do Mali e advertiu contra qualquer ameaça à sua segurança.

"Anunciámos a rearticulação do dispositivo e esta será aplicada em boa ordem para garantir a segurança da missão da ONU e de todas as forças destacadas no Mali. Não transigirei por um segundo na sua segurança", advertiu o chefe de Estado numa conferência de imprensa após a 6ª Cimeira União Europeia/União Africana (UE/UA), em Bruxelas.

A operação francesa será reposicionada no Níger, acrescentou Emmanuel Macron.

A junta no poder em Bamako apelou sexta-feira para "retirar sem demora" os seus soldados do Mali, um dia depois de Paris e os seus parceiros terem anunciado uma retirada faseada ao longo dos próximos meses.

Numa declaração lida na televisão nacional, o porta-voz do Governo militar instalado, o coronel Abdoulaye Maiga, chamou ao anúncio da retirada francesa uma "flagrante violação" dos acordos entre os dois países.

"Será a Minusma [Missão Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali capaz de ficar no Mali? Quem vai garantir a sua segurança?", perguntou o presidente da União Africana, Macky Sall, do Senegal.

"A Minusma é uma força de manutenção da paz. São capacetes azuis. Não têm nem o equipamento nem o mandato para travar uma guerra. Quem vai protegê-los?", insistiu o chefe de Estado senegalês.

A União Europeia (UE) tem 600 pessoas em duas missões de formação, incluindo uma militar, no Mali.

A Minusma, criada em 2013 após o surto da independência e das insurreições 'jihadistas' no ano anterior, emprega mais de 12.000 soldados no Mali.

É a missão mais mortífera do mundo para os soldados da paz, contabilizando já mais de 150 mortes em actos hostis.

 



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