Luanda – O governador provincial de Luanda, Manuel Gomes da Conceição Homem, garantiu hoje, quinta-feira, a continuidade do apoio às crianças acolhidas no Lar Kuzola, na capital do país, com vista a proporcionar maior protecção.
Após uma visita guiada em que se inteirou das condições e funcionamento da instituição, apelou à sociedade mais humanismo, visto que muitos dos referidos menores se encontram no lar por culpa dos adultos que, em alguns casos, não assumem as suas responsabilidades de pais.
Em declarações à imprensa, o governador sublinhou que muito desses meninos são o futuro da Nação, pelo que precisam da ajuda de toda a sociedade, daí que o GPL está a humanizar, cada vez mais, os seus serviços, estando mais próximo das crianças.
Diante da situação, Manuel Homem exortou os pais e encarregados de educação, em específico, a terem mais responsabilidade e assumirem os seus compromissos com os filhos, por formas a se evitar o aumento de crianças nas ruas.
“Apesar de as infra-estruturas do Ministério de Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) não terem capacidade para acolher todos, o GPL vai continuar a assistir a instituição para superar as preocupações apresentadas, algumas das quais em breve”, prometeu.
Por sua vez, a directora do Lar Kuzola, Engrácia Etelvina do Céu, apresentou as principais dificuldades e preocupações da instituição e informou que desde 2011 a 2022, o centro acolheu 6.033 menores abandonados e perdidos, sendo 2.211 femininos e 3.822, masculinos.
Explicou que a maior preocupação é a permanência de pessoas com mais de 14 anos de idade, que precisam de ser empregadas ou acolhidas em outras instituições, assunto que o GPL vai ajudar a ultrapassar, no âmbito de acordos a serem rubricados com potenciais parceiros.
“O Lar Kuzola foi concebido para acolher apenas pessoa dos zero aos 14 anos. Existe desde 1976, com doze anos de gestão partilhada com o Fundo Lwine, e conta actualmente com 136 funcionários, alguns dos quais contratados que precisam de ser admitidos na função pública”, referiu.
Na ocasião, a responsável sugeriu a criação de uma rede de instituições para cuidar especialmente de menores e adultos infectados com HIV, epilepsia, cegueira, anemias e doenças mentais.
Financeiramente, disse, o mesmo é suportado pelo Orçamento Geral de Estado e pela parceria com os operadores petrolíferos do Bloco 17, mas pela quantidade dos actuais utentes, precisa-se de mais apoios e trabalhadores para melhor atenderem as crianças acolhidas.
Durante a missão, a delegação do Governo de Luanda visitou os berçários, salas de aulas, cozinha, campos de desporto, entre outras áreas, aonde tiveram a oportunidade de inteirar-se das condições de trabalho e sugerir formas de resolver tais preocupações. JD/MDS