Lubango - Vinte e dois técnicos de departamentos ministeriais e de órgãos de defesa e segurança participam desde hoje, terça-feira, no Lubango, de um curso sobre paz e mediação de conflitos promovido pelo Ministério da Relações Exteriores e a Confederação Suíça.
A acção formativa visa munir os participantes de capacidades especializadas para a intervenção e resolução pacífica de desentendimentos entre nações, assim como reforçar a capacidade nacional no domínio da diplomacia preventiva, mediação e resolução de conflitos, privilegiando a via do diálogo e da geração de consensos.
Entre as temáticas do curso constam as competências na melhoria de negociações, desenhos de processos de cessar-fogo, transição de uma fase de conflitos para um acordo de paz, entre outras.
À margem do evento, o director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais do MIREX, Jorge Cardoso, disse que a formação resulta de uma parceria entre os dois Governos, que vem contribuir para o reforço das competências técnicas, científicas e do saber fazer dos quadros angolanos em matérias de mediação de conflitos.
Destacou que Angola “granjeou uma grande reputação” a nível regional, continental e mundial no que a paz e reconciliação da União Africana diz respeito, por facilitar o diálogo entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, desde Maio de 2022.
“Antes disso já havia sido designada como facilitadora do acordo político para a paz e reconciliação que contribui significativamente para estabilidade política da República Centro Africana desde 2021, conferido ao abrigo da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos”, acrescentou.
Fruto de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a UA e o Governo de Angola, disse o quadro do MIREX, o país alberga desde 2019 a Bienal de Luanda, um informe do panafricanismo para uma cultura de paz.
Com essas acções e outras, disse, a ideia é alcançar o objectivo de silenciar as armas no continente “Berço da Humanidade” até 2030.
Por sua vez, o vice-governador da Huíla para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Hélio de Almeida, destacou o exemplo de resiliência e progresso de Angola, pelo que a formação representa mais um passo na construção de um país cada vez mais próspero e pacífico.
Para o governante, está-se hoje a viver tempos "desafiadores", onde a construção da paz e o fortalecimento das comunidades exigem conhecimentos, técnicas e habilidades específicas, pelo que investir na capacitação dos quadros é apostar no futuro do país.
A Suíça é conhecida por ter uma cultura “forte” em mediação, com pelo menos já 50 anos no processo. Para além da referida formação, ambos os países têm relações económicas e participação em fóruns multilaterais. EM/MS