Luanda – Mais de um milhão de cidadãos angolanos, em todo país, vivem com a diabetes millitus, informou a médica especialista em endocrinologia, Eunice Sebastião.
A diabetes mellitus é uma doença metabólica que se caracteriza por um aumento permanente dos níveis de glicose no sangue, devido à falta ou má produção de insulina, tendo como sintomas o aumento da sede, da micção, visão ofuscada, fome constante e perda de peso repentina.
De acordo com a especialista, que falava à ANGOP em alusão às comemorações do Dia Mundial da Diabetes, esta perspectiva corresponde ao ano de 2023, uma vez que o número pode ser maior devido aos casos não diagnosticados, facto que atrapalha a divulgação taxativa do quadro da doença no país.
Segundo a especialista, a mudança do estilo de vida, como hábitos alimentares, sedentarismo e falta de exercícios físicos, estão na base do aumento desta doença no país.
Por este facto, a também médica especialista em endocrinologia, Morgada Coelho, encorajou a criação de um observatório nacional para identificação da diabetes millitus.
A especialista referiu que o observatório nacional traria dados suficientes que ajudaria a colmatar situações de indicadores positivos, além do rastreio das complicações como a retinopatia diabética, diminuição dos episódios do pé diabético e amputações, controlo da mortalidade e internamentos.
Ainda neste segmento, a médica defende a comparticipação dos medicamentos e insumos para os doentes diabéticos, tendo referido que a aquisição dos medicamentos e outros produtos têm sido um dos maiores problemas para esta franja da sociedade, tendo sublinhado que as complicações da doença chegam mais cedo devido ao mau controlo glicometabólico.
Para a especialista, a diabetes é um assassino silencioso e muitas pessoas com a doença não têm consciência dela. Por isso, frisou, realizar exames regulares é mandatário, por ela ser perigosa e não apresentar sintomas por um tempo.
Neste caso, defende a união de esforços na partilha do conhecimento, colaboração e promoção de ajuda às pessoas com diabetes para viverem mais com saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 5,6 por cento da população sofre de diabetes mellitus, embora existam muitos outros casos não registados, correndo, estes, o risco de desenvolver complicações tardias que poderão levar a cegueira, a insuficiência renal, amputações e até mesmo as doenças cardiovasculares.
O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de Novembro, foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientizar o mundo sobre o reflexo da diabetes na saúde e mortalidade da população.
Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sua resolução nº 61/225, criou a data de 14 de Novembro como o Dia Mundial do Diabetes.
O objectivo era enfatizar a característica epidémica e impacto social e económico. A cor azul foi escolhida representando as cores da ONU, lembrando que a diabetes está presente em todo o mundo.
Alguns objectivos das campanhas do dia mundial da diabetes tem como foco alertar para o impacto do diabetes, estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor, promover o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado. MEL/ANM/SEC