Luanda - O embaixador de Angola nas repúblicas do Congo e Centro Africana, Vicente Muanda, destacou, segunda-feira, o facto de o país ter dado início à uma nova era visando o desenvolvimento económico, político e social.
O diplomata teceu estas considerações durante as celebrações do 11 de Novembro, na cidade de Brazzaville (Congo), realçando que isso tem como base o legado deixado pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.
“Graças à liderança do então Presidente António Agostinho Neto, Angola celebra hoje o 49º aniversário da Independência Nacional, conquistada em 1975 das garras do então regime colonial português”, argumentou.
O diplomata, que falava na presença do ministro da Defesa Nacional da República do Congo, Charles Richard Mondjo, em representação das autoridades locais, de parlamentares, dos chefes das missões diplomática, consulares e organizações internacionais acreditadas neste país, disse que, depois de 14 anos de luta armada, “em 1975 Angola virou a página dos 500 anos de submissão colonial e de humilhação portuguesa, tomando a responsabilidade dos nossos destinos”.
Vicente Muanda fez referencia ao facto de, logo a seguir à independência nacional, o país ter registado um período de 27 anos de guerra civil, terminada a 4 de Abril de 2002, levando as autoridades angolanas a deram início a um processo de reconstrução e reconciliação nacional entre irmãos desavindos.
“Hoje, depois de 22 anos de paz, podemos afirmar que nós angolanos atingimos a maturidade e determinação de nos afirmar como um só povo e uma só nação. Com essa determinação, Angola segue com rigor o amadurecimento da cultura democrática e temos dado passos significativos na construção de infra-estruturas modernas, tal é o caso de hospitais gerais, nas 18 províncias, com atendimento gratuito e escolas de todos os níveis com acesso gratuito”, argumentou.
No plano económico, o diplomata angolano realçou que o país, durante muito tempo, esteve sob a dependência do petróleo, mas hoje, “sob a liderança do Presidente João Lourenço, Angola está na via da diversificação da economia através da agricultura e da indústria transformadora para a redução das importações e a promoção das exportações”.
Neste contexto, fez menção à reabilitação do chamado “Corredor do Lobito”, como via importante para o escoamento de matérias-primas exploradas, quer no interior de Angola, como nas repúblicas da Zâmbia e da RDC.
No plano de pacificação do continente africano, o diplomata angolano reafirmou que Angola está profundamente engajado na busca da paz na RDC, e com assumpção da presidência rotativa da União Africana, irá multiplicar esforços para a solução dos conflitos que assolam África e o mundo.
O embaixador Vicente Muanda aproveitou a ocasião para render igualmente uma grande homenagem ao Presidente Marien Ngouabi e ao povo mártir da República do Congo, “que nos momentos mais difíceis da nossa luta de libertação não mediu consequências e acolheu de mãos abertas os guerrilheiros angolanos em Brazzaville, Dolisie e em outras áreas deste grandioso país, ajudando o país a alcançar a independência nacional”.
“Os símbolos da passagem do MPLA na República do Congo são ainda visíveis aqui em Brazzaville, por exemplo, temos uma área chamada de - Angola Livre -, um espaço que actualmente alberga a sede da comunidade angolana e a Casa de Angola”, refeiu
“Em Ponta-negra, temos o aeroporto Dr. António Agostinho Neto, em Dolisie a antiga residência de Neto, e o antigo Centro de Formação de guerrilheiros do MPLA. Tudo isto justifica as boas relações de irmandade e fraternidade existentes entre os nossos dois países, fortalecendo também as relações políticas existentes e estimular as relações económicas, promovendo parcerias entre os homens de negócios de ambos os países”, salientou.
Na efeméride que este ano se celebra sob o lema “Unidade Nacional, Produção e Desenvolvimento Sustentável”, o diplomata angolano fez um balanço da visita de Estado que o Presidente Denis Sassou Nguesso realizou muito recentemente em Angola, onde os dois estadistas passaram em revista os Acordos de cooperação existente entre os dois países, assim como da importante delegação do MPLA que esteve também em Brazzaville, no passado mês de Outubro.
Antes de terminar o seu discurso, o embaixador Vicente Muanda pontualizou aos presentes sobre a “jornada de Angola”, que teve lugar no mês de Setembro, na Câmara de Comércio de Brazzaville, como parte da estratégia de promoção de parcerias entre os homens de negócios dos dois países. SC
