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Angola quer relançamento das trocas comerciais com Nigéria

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 13 Novembro de 2024 | 23h10
Covid-19 abrandou importações e exportações e afectou despachantes
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Rosário dos Santos

Luanda – Angola pretende relançar e reforçar as suas trocas comerciais com a Nigéria, nos próximos anos, para contrapor o actual movimento “modesto, desigual e irregular” existente entre os dois países, segundo a diplomata angolana Margarida Izata.

A pretensão foi manifestada pela representante permanente de Angola junto do Escritório das Nações Unidas e outras Organizações, durante a sessão do órgão de Revisão Política Comercial dedicada à sexta revisão da política e das práticas comerciais da Nigéria, que decorre de 13 a 15 deste mês, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra (Suíça).

De acordo com Margarida Izata, citada numa nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso esta quarta-feira, apesar de serem membros activos da União Africana, Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e da OMC, as trocas comerciais entre Angola e Nigéria ainda são “modestas”. 

A título de exemplo, recordou, em 2023, as exportações da Nigéria para Angola atingiram 5,39 milhões de dólares norte-americanos, dominadas pelas vendas de sementes oleaginosas, grãos diversos, sementes e frutos (68%), artigos de ferro e aço (11%), maquinaria industrial (7,8%) e equipamento eléctrico e electrónico (3,7%), ao passo que no sentido inverso cifraram-se em  apenas 749 mil dólares.

Em função desses indicadores, a diplomata disse que as relações comerciais entre a Nigéria e Angola exigem um melhor desenvolvimento, nos próximos anos, com incidência para o incremento de investimentos nos segmentos da agro-indústria, equipamento electrónico, serviços digitais e as infra-estruturas.

Manifestou também a disponibilidade de Angola continuar a trabalhar com o “gigante africano”, para o estabelecimento de relações comerciais mais dinâmicas, inclusivas e justas.

Na ocasião, a diplomata reconheceu os esforços do Governo nigeriano em prol da diversificação das fontes de receitas não-petrolíferas, principalmente através de impostos e taxas.

Realçou que essas receitas continuam a ser insuficientes para satisfazer as crescentes necessidades orçamentais, sendo que o perfil da dívida da Nigéria tem tido uma trajectória ascendente, uma realidade também enfrentada por outros países africanos em via de desenvolvimento.

Por outro lado, enalteceu o compromisso da Nigéria para com os princípios do Sistema Comercial Multilateral incorporados na OMC, particularmente no que diz respeito à prossecução dos objectivos da Agenda de Desenvolvimento de Doha para alcançar um sistema comercial justo, equitativo e transparente.

Esse facto proporciona oportunidades e benefícios comerciais para todos os intervenientes, respondendo fielmente às aspirações adiadas dos países em via de desenvolvimento. ACC/QCB

 





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