Lisboa (Da correspondente) - Angolanos residentes em Portugal lamentaram, este sábado, em Lisboa, a morte do antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, ocorrida, sexta-feira, em Barcelona (Espanha), vítima de doença.
De acordo com alguns depoimentos recolhidos pela ANGOP, os angolanos consideram ser uma morte sentida por todos concidadãos, porque José Eduardo dos Santos foi um estadista e humano que conseguiu alcançar a paz, entre outros feitos.
Luzia Moniz, presidente da Plataforma Para o Desenvolvimento da Mulher Africana, salientou que vendo e ouvindo as espontâneas manifestações de pesar, um pouco pelo país todo, indica um sentimento de orfandade.
Referiu que são muitos os feitos do ex-Chefe de Estado e destacou o seu panafricanismo com o seu decisivo contributo para a libertação da África Austral, nomeadamente o fim do apartheid.
Já a escritora Isabel Ferreira disse que o sentimento é de profunda tristeza e consternação total.
Enalteceu o seu pacifismo, ressaltando o gesto de reconciliação do antigo Presidente da República, acolhedor e humanista, ao receber os membros da UNITA, em 2002.
"José Eduardo dos Santos conseguiu, por exemplo, que Alcides Sacala e outros membros da UNITA não fossem maltratados", exemplificou.
Angola, salientou, perdeu um filho que dedicou a sua vida em da independência e liberdade, "com acertos e desacertos".
Por outro lado, o dirigente associativo, Zeferino Boal, considerou a morte do Presidente dos Santos é de lamentar, sublinhando que sempre esteve na vanguarda e na defesa dos interesses do país, de Cabinda ao Cunene.
O estudante angolano Mateus Diogo deplora o facto de a nação ter perdido um "grande filho", que muito lutou para o alcance da paz e bem estar de todos.
José Eduardo dos Santos chegou ao poder em Setembro de 1979, na sequência da morte do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.
Ocupou as funções de Presidente da República durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.
Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Presidente do MPLA, partido que governa o país desde a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.
Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.