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Organizações pedem a Governo venezuelano libertação de presos políticos

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  • Luanda • Domingo, 17 Novembro de 2024 | 11h01
Mapa da fronteira entre a Venezuela e a Calômbia
Mapa da fronteira entre a Venezuela e a Calômbia
Divulgação

Caracas - Várias organizações não governamentais (ONG) saudaram a libertação, no sábado, de pelo menos 70 das 2.400 pessoas detidas após as eleições presidenciais de Julho e pediram ao Governo venezuelano que liberte todos os outros presos políticos.

"Nenhum deles deveria estar atrás das grades. Todos merecem a liberdade. Estamos satisfeitos por alguns estarem a ser libertados e poderem finalmente abraçar as suas famílias", escreveu a presidente da ONG Encontro Cidadão na rede social X.
 
Delsa Solórzano sublinhou que as libertações "não apagam a dor que sofreram e muito menos o próprio facto de estarem injustamente presos" e que "haverá justiça na Venezuela quando não houver um único preso político".

Por outro lado, a ONG Justiça Encontro e Perdão (JEP) apelou "às autoridades para libertarem todos os presos políticos de todas as prisões".

"Eles e as suas famílias aguardam o restabelecimento das suas vidas, especialmente os adolescentes, as mulheres e as pessoas com doenças crónicas e condições de saúde delicadas, assim como dos que cumpriram as suas penas e ainda não foram libertados", lê-se na mensagem da JEP publicada na X.

Na mesma rede social, o coordenador-geral do Programa Venezuela de Educação e Acção em Direitos Humanos (PROVEA), Óscar Murillo, sublinhou que as libertações "confirmam a motivação política das detenções" e que põem fim à detenção arbitrária e às condições inumanas em que estiveram detidos.

"O regresso às suas casas é um alívio no meio de tanto sofrimento. Continuemos a exigir a liberdade para todos e um Natal sem prisões políticas. O exercício legítimo das liberdades fundamentais de expressão, reunião e associação, bem como a defesa dos direitos humanos, não é um crime", escreveu na X.

Pelo menos 70 presos políticos venezuelanos foram libertados, no sábado, de três prisões pelas autoridades da Venezuela, confirmaram várias ONG.

As libertações tiveram lugar um dia depois de o Ministério Público anunciar que iria rever os casos de 225 das 2.400 pessoas que foram detidas na sequência de protestos contra os resultados das eleições presidenciais de 28 Julho em que Nicolás Maduro foi declarado reeleito, e que a oposição contesta.

"Até agora, foram libertados pelo menos 70 presos políticos", anunciou a ONG Fórum Penal (FP) na X, precisando tratar-se de cidadãos que estavam nos centros de detenção masculinos de Yare 3, Tocorón, Tocuyito e no Centro de Formação para Processadas Femininas La Crisálida.

Segundo Alfredo Romero, director do FP, entre os libertados estão 50 jovens adultos de Tocorón, prisão onde estão mais de 900 políticos que foram detidos após as presidenciais.

Nas redes sociais venezuelanas têm sido divulgadas fotos e vídeos do momento em que os presos se reencontram com familiares, mas sem quaisquer declarações aos jornalistas.

Em 12 de Novembro, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu às autoridades locais para reverem os processos judiciais de adolescentes detidos nos protestos pós-eleições presidenciais de 28 de julho, admitindo que pode ter ocorrido algum tipo de erro procedimental.

Segundo o Fórum Penal, até terça-feira estavam detidas 1.963 pessoas por motivos políticos na Venezuela, entre elas 69 adolescentes, desde 29 de Julho, quando começaram os protestos.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicólas Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.CS





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