Baku (Da enviada especial) – O Observatório Climático da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi oficialmente apresentado sábado em Baku, capital de Azerbaijão, no âmbito da COP29, que decorre até 22 de Novembro.
A nova plataforma reúne informações climáticas dos países-membros, incluindo dados de Angola, sendo que estes podem ser acedidos pela Internet.
Durante a apresentação, nos stands de Portugal e Angola, Cecília Silva Bernardo, directora nacional de Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, destacou que a ferramenta será essencial para orientar políticas públicas, projectos e programas relacionados ao clima e ao desenvolvimento sustentável.
Cecília Silva referiu que está ainda a ser desenvolvido, em Angola, uma plataforma específica para questões de adaptação e desenvolvimento, enquanto a da CPLP aborda, entre outros, aspectos de mitigação.
Na fase inicial do projecto, explicou, Angola inseriu dados principalmente sobre Agricultura, Florestas e Demografia. Em etapas futuras, serão adicionadas informações do sector Petrolífero e Energético.
Referiu que a plataforma também inclui dados sobre áreas desmatadas, reflorestadas, florestas densas, rios e outros indicadores que serão actualizados com o novo Censo.
Já sobre emissões de gases de efeito estufa, sublinhou que os países africanos, incluindo Angola, representam apenas cerca de 3,5% das emissões globais.
Desde 2014, Angola já recebeu pouco mais de 100 milhões de dólares para projectos climáticos, a maioria em forma de doações.
Apesar das exigências impostas pelos financiadores, o país tem trabalhado para garantir que os recursos sejam efectivamente utilizados em prol das comunidades e sectores beneficiados.
A participação de Angola na COP29 foi considerada satisfatória, com avanços significativos em reuniões, actividades nas stands e estabelecimento de parcerias para investimentos futuros.
O Governo de Angola reconhece a vulnerabilidade do país às alterações climáticas e tem consciência dos impactes que o mesmo tem vindo a sofrer e da tendência para os mesmos se agravarem.
As inundações, secas, erosão dos solos e o aumento do nível das águas do mar são apontados como os principais efeitos das alterações climáticas no país. FMA/SC