Bagdad - Oito combatentes de um grupo armado pró-Irão morreram hoje de madrugada num ataque norte-americano no Iraque, com o Iraque a denunciar uma "perigosa escalada" num contexto de tensões regionais ligadas à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.
Pouco antes do amanhecer, o comando militar dos Estados Unidos no Médio Oriente anunciou ter efectuado "ataques de precisão" em dois locais no Iraque, em represália pelos recentes ataques de grupos pró-iranianos contra as tropas norte-americanas e as forças da coligação internacional anti-terrorismo no Iraque e na Síria.
Já na terça-feira, um bombardeamento na região de Abu Ghraib, perto de Bagdad, visou um veículo pertencente ao Hashd al-Shaabi - antigos paramilitares integrados nas forças regulares - matando pelo menos uma pessoa e ferindo outras.
Os EUA afirmaram que se tratou de um ataque de "auto-defesa".
Esta quarta-feira, os bombardeamentos norte-americanos visaram Jurf al-Sakhr, uma zona isolada e altamente segura onde se concentram as actividades do Hashd, cerca de 60 quilómetros a sul de Bagdad.
"A América é o maior dos demónios", "Morte à América", gritavam centenas de pessoas, algumas em uniforme militar, no funeral de seis combatentes organizado na tarde de hoje na capital iraquiana.
Os caixões estavam cobertos com a bandeira branca do Hashd al-Shaabi (Forças de Mobilização Popular), segundo relatou a agência France-Presse (AFP).
Para o Governo iraquiano, os ataques norte-americanos representam uma "violação flagrante da soberania" e uma "escalada perigosa", bem como "um ato de agressão".
Nas últimas semanas, a maioria dos atentados contra soldados norte-americanos foi reivindicada pela "Resistência Islâmica no Iraque", uma amálgama de milícias armadas pró-iranianas que divulgam as suas ações na plataforma Telegram.DSC