Estrasburgo - O Parlamento Europeu (PE) aprova na quinta-feira uma resolução que suspende todos os dossiês legislativos relacionados com o Qatar e propõe que representantes dos interesses deste país sejam impedidos de entrar nos edifícios da instituição.
Segundo disse à Lusa fonte europeia, a resolução, negociada entre as famílias políticas do PE, pretende responder ao escândalo de corrupção que atingiu o hemiciclo da União Europeia (UE), tendo levado à destituição de Eva Kaili do cargo de vice-presidente do PE.
A eurodeputada grega foi detida num caso que envolve suspeitas de corrupção relacionadas com o Qatar, cuja investigação está a ser conduzida pelas autoridades belgas.
A isenção de vistos a nacionais do Qatar é um dos dossiês que fica suspenso, ao abrigo da resolução, bem como todas as visitas de eurodeputados ao país.
Por outro lado, a comissão parlamentar dos Transportes e Turismo quer garantias de que o acordo assinado entre a UE e o Qatar - e que daria acesso aos aviões do país aos aeroportos dos 27 -, foi negociado com transparência e imparcialidade.
Neste sentido, os eurodeputados desta comissão, que inclui os portugueses Cláudia Monteiro de Aguiar (PSD/PPE), João Pimenta Lopes (PCP/The Left) e Sara Cerdas (suplente - PS/S&D), pedem que a Comissão Europeia envie "rapidamente" informação sobre as relações entre a UE e o Qatar em matéria de aviação.
A polícia federal belga apreendeu mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro nas buscas às casas da deputada grega e ex-vice-presidente do PE Eva Kaili e do antigo deputado europeu italiano Pier Antonio Panzeri, ambos acusados de corrupção.
Os investigadores encontraram cerca de 600 mil euros na casa de Panzeri, enquanto o resto do dinheiro foi encontrado na casa de Eva Kaili e do seu companheiro, Francesco Giorgi.
O pai de Eva Kaili também foi detido em flagrante pela polícia, quando tentava sair de um hotel em Bruxelas com uma mala com dinheiro.
Na terça-feira, um dos advogado de Eva Kaili afirmou ter falado com a deputada, transmitindo que esta declara-se inocente e nega ter recebido dinheiro.
A justiça belga deverá decidir hoje se Eva Kaili vai continuar em prisão preventiva.