Paris - O sistema judicial francês anunciou esta quarta-feira estar em curso uma "investigação criminal" ao antigo arcebispo de Estrasburgo, Jean-Pierre Grallet, por "actos de natureza sexual" sobre uma mulher, nos anos 80.
O arcebispo Jean-Pierre Grallet, de 81 anos, admitiu quarta-feira ter tido "gestos inapropriados" em relação a uma jovem mulher de idade na altura.
"Está actualmente em curso uma investigação canónica e foi reportado ao sistema de justiça civil", disse o religioso, num comunicado emitido pela Conferência Episcopal Francesa (CEF).
O caso foi enviado ao Ministério Público em Janeiro pelo actual arcebispo de Estrasburgo, Luc Ravel, explicou o procurador, Yolande Renzi, num curto comunicado.
"Ainda está em curso uma investigação criminal confiada à brigada de investigação de Estrasburgo", acrescentou o procurador, que não adiantou se o arcebispo emérito de Estrasburgo foi ouvido.
Os factos remontam "ao Outono de 1985, quando ele era padre", informou o arcebispo Luc Ravel, que sucedeu a Grallet em Fevereiro de 2017.
Segundo o actual responsável, a situação foi-lhe dada a conhecer pela vítima, em Dezembro de 2021, e informou o Ministério Público em Janeiro, acrescentando que as autoridades religiosas no Vaticano foram também informadas.
A natureza exacta dos actos e o local onde foram cometidos não foram revelados. O bispo Grallet diz que "se desviou" e "magoou alguém".
Numa conferência de imprensa, em 08 de Novembro, o presidente da CEF, Éric de Moulins-Beaufort, anunciou que onze antigos bispos estavam a contas com a justiça civil ou o sistema de justiça da Igreja por violência sexual ou por "não denúncia".
Na ocasião, pormenorizar ter existido uma conduta "repreensível" para com uma rapariga de 14 anos por parte do antigo arcebispo de Bordéus, o cardeal Jean-Pierre Ricard.
Hoje, o presidente da CEF confirmou que Grallet foi "um dos três bispos fora de funções" mencionado em 8 de Novembro "como estando a ser objecto de investigações criminais e canónicas".