Berlim - O Governo alemão garantiu hoje que a ajuda bilateral à Ucrânia está assegurada, apesar da instabilidade política ligada à queda da coligação do chanceler alemão, Olaf Scholz, que está a dificultar as discussões orçamentais, noticia o site Notícias ao Minuto.
"É importante dizer que a ajuda à Ucrânia - apoio militar e apoio financeiro - está garantida e que prestamos uma assistência significativa tanto ao nível interno como no âmbito do G7", disse uma das porta-vozes do Governo alemão, Christiane Hoffmann, durante uma conferência de imprensa.
A Alemanha é o principal parceiro na ajuda à Ucrânia entre os países da União Europeia (UE), ficando apenas atrás dos Estados Unidos no âmbito mundial.
Depois do colapso da coligação alemã provocado na quarta-feira pela demissão do ministro das Finanças, o Orçamento para o próximo ano, a principal fonte de tensões no seio do Governo alemão, já não pode ser aprovado este mês como estava previsto.
Este orçamento prevê um volume de ajuda militar de cerca de quatro mil milhões de euros para 2025, reduzido para metade em comparação a 2024.
O chanceler Olaf Scholz lidera agora um governo minoritário composto por sociais-democratas e ambientalistas, mas privado do apoio dos liberais, o orçamento de 2025 encontra-se num impasse. Se não puder ser adoptado devido à falta de maioria no Parlamento, uma gestão provisória será aplicada a partir de Janeiro.
Inicialmente, apenas se manteriam as despesas necessárias, imposto por lei, para gerir o Governo. Na prática, porém, o Ministério das Finanças poderia autorizar os ministérios a utilizar mensalmente uma percentagem das dotações do projecto de orçamento que ainda não foi aprovado.
A Constituição garante que "o Estado federal é capaz de agir" em caso de situação orçamental excepcional, sublinhou hoje um porta-voz do Governo alemão.
"As despesas e obrigações correntes são cumpridas" e está previsto que se possa fazer "despesas adicionais necessárias à preservação do interesse geral", acrescentou.
A juntar à crise política alemã, há ainda a dúvida sobre as intenções do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia, vítima da invasão russa desde Fevereiro de 2022 e em grandes dificuldades na sua frente leste.MOY/CS