Luanda - Os professores do ensino superior iniciaram, esta segunda-feira, em todo o país, uma greve por tempo indeterminado.
A greve decretada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) é consequência da não resolução dos quatro principais pontos constantes no caderno reivindicativo, entregue ao Executivo, nomeadamente salário digno, formação contínua, fundo de investigação científica e seguro de saúde.
Numa ronda, em algumas faculdades da Universidade Agostinho Neto, a ANGOP constatou que no primeiro dia de greve a paralisação não conta com a adesão de todos os professores.
Segundo alguns alunos, essa paralisação não está abranger os professores estrangeiros.
A última paralisação das aulas neste subsistema de ensino ocorreu em Maio do ano em curso, no seguimento da greve geral por tempo indeterminado.
No seu caderno reivindicativo entregue ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), os docentes reclamam a realização de eleições nas instituições do ensino superior, revisão da massa salarial, reposição de subsídios, seguro de saúde, melhoria das infraestruturas e Fundo de Investimentos Científicos para unidades orgânicas e universidades públicas e privadas.
Querem ainda a regularização da dívida pública, o processo de provimento administrativo excepcional e a formação contínua dos professores.
Conforme o secretário-geral do SINPES, Eduardo Peres Alberto, se houver resposta positiva do Executivo em relação aos quatro pontos em discussão será convocada uma assembleia-geral para deliberação do levantamento ou não da greve.
A propósito, recentemente, a ministra de tutela Maria do Rosário Bragança Sambo manifestou a abertura do Executivo para dialogar com o SINPES, refutando, ainda, as acusações do sindicato.
“O ministério está aberto para o diálogo e tudo se está a fazer para se encontrar uma plataforma para não se prejudicar o processo de ensino”, disse.
O SINPES entregou ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, em 2018, um caderno reivindicativo com oito pontos, que deu lugar a três rondas negociais e à assinatura de um memorando, a 17 de Novembro de 2021.
Ao abrigo do mesmo memorando, as partes comprometem-se, ainda, a apreciar a implementação do processo eleitoral, bem como os eventuais elementos constrangedores.