Luanda – A transferência dos cidadãos residentes no perímetro do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL) vai abranger somente as pessoas cadastradas antes do início da construção desta infra-estrutura, reiterou o ministro das Obras Publicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares de Almeida.
Ao intervir durante a 4ª edição do “Café CIPRA”, reservada “A construção de grandes infra-estruturas no país”, o governante fez saber que o processo de realojamento, iniciado em 2006, visa devolver o direito de acesso à habitação condigna aos cidadãos que residem, há mais de 50 anos, nos arredores do NAIL.
Entretanto, sem quantificar o número de pessoas a serem ou já realojadas até ao momento, Manuel Tavares de Almeida denunciou a existência de invasores que ocuparam os terrenos depois do início do projecto do Novo Aeroporto, estando a inviabilizar a implementação de alguns serviços.
“Depois do lançamento do projecto, tem-se constatado casos de invasão do perímetro adjacente ao NAIL por parte de alguns cidadãos, que não poderão ser ressarcidos”, advertiu, enquanto respondia as questões dos jornalistas, na sessão desta terça-feira, em Luanda.
Quanto às demolições de residências que decorrem nesse perímetro, o ministro considerou ser um “processo que visa repor a legalidade”, desencorajando actos de invasão das reservas fundiárias do Estado.
Na ocasião, o ministro da Administração do Território, Marcy Lopes, referiu que a retirada das pessoas nos arredores do novo aeroporto vai permitir ter uma infra-estrutura melhor, comparativamente ao actual Aeroporto 4 de Fevereiro, que está ladeado de várias residências.
Aconselhou as pessoas a abdicarem-se de práticas que lesam o bem público, no sentido de se assegurar as melhores condições de vida das populações.
Com uma extensão de 1.324 hectares, o novo Aeroporto Internacional de Luanda, situado na comuna do Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, em Luanda, está projectado para receber 15 milhões de passageiros/ano, após a sua conclusão total, prevista para o primeiro trimestre de 2023.
Além dos ministros das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares de Almeida, e da Administração do Território, Marcy Lopes, a 4ª edição do Café CIPRA contou com a presença da ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, decorrendo sob o lema “Diálogo sem mediação”.
O “café” desta terça-feira, habitualmente promovido quinzenalmente pelo Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola (CIPRA), reflectiu em torno das obras feitas ao longo do quinquénio 2018-2022, quer no quadro do Plano Integrado de Intervenção no Municípios (PIIM) quer a nível central ou sectorial.