Istambul (Do enviado especial) - Angola e Turquia reeditam este domingo, a partir das 20h00 locais, no estádio do Galatasaray, a final do Campeonato do Mundo de 2018, augurando-se que a história seja a mesma, com a Selecção Nacional a sagrar-se campeã.
Efectivamente, quatro anos depois continua memorável o encontro dramático da final de San Juan de los Lagos (México) quando os contendores precisaram de 60 minutos (50 regulamentar e 10 de prolongamento) e mais a marcação de grandes penalidades para decidirem o 15º troféu mundial.
Angola perdia por 1-2 e contra a corrente de jogo sofre o terceiro (1-3). Quando restavam menos de 5 minutos para o fim igualou por intermédio de Laurindo Lucamba e José Candeeiro, este último marcou mesmo em cima do minuto 50. Estava feito o 3-3.
Na decisão aos penáltes foram indicados por Angola Hilário Cufula (marcou), Sabino António (marcou), Celestino Elias (falhou), Laurindo Lucamba (falhou) e Heno Guilherme marcou o golo da vitória 3-2 (6-5 no cômputo geral).
Jesus Mateus defendeu duas grandes penalidades (a outra embateu no travessão) e ainda anulou outras tantas jogadas do oponente durante o desafio.
Não sendo titular nesta edição, o guarda-redes poderá ser utilizado em caso de a partida for decidida por grandes penalidades. Na baliza, conta-se também com o estreante Augusto Lilito.
Neste 16º evento, o último reduto de Angola é defendido por Sebastião Cacumba, com apenas três golos sofridos, o que o coloca entre os melhores da competição na sua posição.
A partida será difícil para Angola, sem qualquer dúvida, e o principal motivo transcende a competência desportiva e resvala para possíveis comportamentos de menos “fair play”.
Por exemplo, não foi permitido o treino de reconhecimento ao relvado do palco da partida ao menos 24 horas antes, como estipulam os regulamentos, além do impedimento da sua efectivação em qualquer campo anexo ao complexo da federação de futebol local, onde decorreram as fases iniciais.
O combinado nacional terá ainda de ser forte psicologicamente para suportar a avalanche de adeptos que se espera no mítico estádio do Galatasaray, com capacidade para 52.280 espectadores, sendo que o desporto adaptado é vivido com muita intensidade neste país da Europa e da Ásia.
Fora estas cogitações, no jogo jogado na quadra, as valências são equilibradas. Invicta até agora, Angola assenta o seu jogo na base da velocidade, resistência física, da táctica e da qualidade técnica individual dos atletas.
Neste quesito, destacam-se os atacantes Heno Guilherme e João Chiquete e ainda o médio Jesus Morais. Os três evoluem em equipas da superliga turca.
Angola vale-se ainda pelo colectivo. Ao longo do campeonato, a equipa técnica liderada por Augusto Tcheto sempre alternou os seis jogadores de campo sem que as alterações produzissem quebra no ritmo e na qualidade do jogo.
Por seu lado, o opositor, também invicto no evento, é igualmente forte técnica e tacticamente, possuindo executantes que ao longo do campeonato tiveram comportamento desportivo muito evoluído.
Trata-se de Omer Gulário, Kemar, Rami, Serkan e Shermum, jogadores campeões da Liga Turca e da Europa pelo Etimesgut, onde milita o angolano Heno Guilherme.
A Selecção Nacional vai contar, como foi ao longo da competição, com o apoio de angolanos residentes na Turquia, particularmente na cidade de Istambul, mobilizados pelo consulado, entre estudantes e negociantes.