Luanda – A ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen do Sacramento Neto, advogou hoje, em Luanda, a necessidade de mais união dos usuários do mar, em prol do uso racional e sustentável dos oceanos, com vista a protecção dos recursos marinhos.
Em entrevista exclusiva à ANGOP, a propósito do Dia Mundial do Mar, celebrado anualmente na última semana de Setembro, a titular das Pescas destacou a consciencilização e educação ambiental dos cidadãos, em geral, e dos opradores marítimos, em particular, como factores cruciais para a obtenção de oceanos saudáveis e produtivos.
Por isso, a ministra apela ao cumprimento rigoroso das regras sobre o uso correcto do espaço marítimo, visando o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pelas Nações Unidas, que primam pela utilização dos mares e recursos marinhos de forma racional e preventiva.
Para tal, prosseguiu, os utentes devem prevenir e reduzir qualquer tipo de poluição marinha, para assegurar a qualidade de vida das actuais e futuras gerações, que, essencialmente, têm o mar como fonte de sustento e renda das famílias.
“O mar contribui, significativamente, para a qualidade de vida dos cidadãos, por ser a fonte de alimentação de milhares de pessoas. Por este facto, é necessário que cada utilizador cumpra com a sua responsabilidade a nível local, usando práticas amigas do ambiente”, alertou.
Quanto à actividade pesqueira no país, Carmen do Sacramento Neto fez saber que o sector está em fase de reestruturação, contando com uma legislação própria para regular e fiscalizar as acções dos operadores.
Para o quinquénio 2022/2027, a ministra assegurou que o sector vai trabalhar para que a oferta dos recursos pesqueiros se aproxime à procura do mercado, tendo em conta o potencial existente na extensa costa marítima angolana.
Além disso, a governante, que concedeu a sua primeira entrevista à ANGOP, apontou a aceleração da indústria salineira e da actividade aquícola, assim como a aposta na economia azul como outros desafios do sector das Pescas, nos próximos cinco anos.
Com uma extensão de cerca de 1 650 quilómetros de costa marítima, situada no oceano Atlântico, Angola regista uma captura anual que varia entre 300 mil a 400 mil toneladas de pescado diverso, enquanto as necessidades do país rondam as 500 mil toneladas/ano.
Celebrado na última semana de Setembro de cada ano, o Dia Mundial do Mar serve para lembrar a necessidade de protecção dos oceanos e de todas as espécies de animais, plantas e organismos que integram os ecossistemas marinhos.
Para este ano, os países reflectem em torno do tema “Novas tecnologias para uma navegação mais verde”, com foco para a importância da segurança e protecção da navegação marítima e protecção do ambiente marinho.