Cairo - Um tribunal egípcio decretou, domingo, penas de prisão perpétua para 38 pessoas, incluindo um empresário exilado e cujas mensagens nas redes sociais contribuíram para fomentar protestos anti-governamentais ocorridos em 2019, noticiou Associated Press (AP).
Os protestos são raros no Egipto, onde o Presidente Abdel Fattah el-Sissi desencadeou uma repressão generalizada sobre as diversas oposições e dissidências, após o golpe de Estado militar de 2013.
No entanto, uma série de vídeos e mensagens nas redes sociais emitidos pelo empresário egípcio Mohamed Ali, que agora vive em Espanha, relacionados com alegações de corrupção e outros casos, tendo como alvo o marechal - Presidente, motivou esporádicas manifestações de rua em Setembro de 2019.
O tribunal criminal que julga casos relacionados com terrorismo condenou à revelia 33 dos acusados a prisão perpétua, incluindo Ali.
O tribunal também sentenciou outras 44 pessoas, incluindo menores, apenas entre os cinco e os 15 anos de prisão sob as mesmas acusações.
Foram absolvidos 21 dos acusados, de acordo com o advogado de defesa Ossama Badawi, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP).
Os condenados foram acusados de promover incitação à violência contra as forças de segurança e instituições estatais.
O caso relaciona-se com os protestos na cidade portuária de Suez, situada na embocadura do Canal do Suez.
Na ocasião, as autoridades prenderam centenas de pessoas no Cairo e em diversas regiões do país. Muitos foram libertados, mas outros detidos e submetidos a julgamento.
Diversas organizações de direitos humanos têm contestado as detenções em massa e apelado às autoridades para promoverem julgamentos justos.
Nos últimos anos, o Governo egípcio prendeu milhares de pessoas, na maioria islamitas, mas também activistas seculares envolvidos na revolução da Primavera Árabe em 2011 que derrubou o longo regime liderado por Presidente Hosni Mubarak.