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São Tomé/Eleições: Quarto classificado esperava "resultado melhor"  

     África              
  • Luanda • Sexta, 23 Julho de 2021 | 10h18
Bandeira de Sao Tomé e Príncipe
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São Tomé - O quarto classificado nas eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, o candidato independente Abel Bom Jesus, admitiu hoje (sexta-feira) que esperava um resultado melhor, mas considerou estar no bom caminho” e já prepara um novo partido, noticiou a Lusa.

“Estava a espera de um resultado melhor, porque a minha candidatura respondeu a um grito da população que era pela mudança”, comentou, em entrevista, o empresário do ramo agrícola e activista Abel Bom Jesus, que foi o quarto mais votado nas eleições presidenciais são-tomenses de domingo passado, com 2.907 votos (3,58%), de acordo com dados provisórios divulgados segunda-feira pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN).

Apesar de esperar uma votação maior, Bom Jesus considerou que teve um bom resultado, destacando que ficou imediatamente a seguir aos candidatos que tiveram “uma máquina partidária a trabalhar consigo”.

Carlos Vila Nova (apoiado pela Acção Democrática Independente, oposição) venceu as eleições, com 39,47% dos votos (32.022 votos) e passa à segunda volta com Guilherme Posser da Costa (apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata, no poder), com 20,75% (16.829 votos). Em terceiro lugar ficou Delfim Neves, presidente da Assembleia Nacional e apoiado pelo Partido de Convergência Democrática, no poder, com 16,88% (13.691 votos).   

“É sinal de que estou no bom caminho, ou seja ,que nós estamos no bom caminho porque estou a trabalhar com uma equipa, e estamos a lutar para a mudança de São Tomé e Príncipe”, referiu.

Bom Jesus teve melhores resultados na diáspora, tendo vencido na votação em Portugal e no Reino Unido – segundo números divulgados durante a contagem de votos na noite de domingo, mas que não foram ainda confirmados oficialmente -, o que justificou dizendo que “é na diáspora onde estão os verdadeiros cidadãos que estão a lutar pela mudança”.

“A nossa população aqui em São Tomé ainda está um pouco incrédula e sobretudo tem sido influenciada. (…) Então o povo tem passado grandes dificuldades. Os candidatos às eleições trouxeram muito dinheiro, trouxeram muitas coisas para influenciar a vida das pessoas”, criticou.

“Esta candidatura sempre teve o apoio da diáspora sobretudo porque tens são-tomenses lá que querem que o país comece a conhecer melhorias para voltarem para o seu país e também para dar continuidade à sua vida, aos seus negócios, porque eles sentem que não há oportunidade aqui enquanto tivermos esses governantes no poder”, referiu.

Sobre o futuro, e quando falta pouco mais de um ano para as próximas eleições legislativas, Abel Bom Jesus garante que irá criar um partido e chegar ao parlamento.

“Eu avançarei com um partido político, desde que seja algo que venha a beneficiar São Tomé e Príncipe e não a beneficiar individualidades, como tem acontecido, cria-se um partido político, mas não para ajudar o próprio povo que está a precisar, e só para poder ajudar cinco ou dez cabeças”, garantiu, referindo contar sobretudo com “os são-tomenses fora, em diversos cantos do mundo, que se queiram juntar”.

Esta formação, disse, deverá ser orientada para uma “política social”, focada nos problemas da população.

“Eu uso a influência que tenho porque eu sou influenciador digital. Sou um agricultor de renome nacional e com o meu trabalho ganhei o respeito e admiração pelas pessoas. Muitas portas se abriram. Não entro para a política como uma forma de ganhar a vida, mas sim como forma de procurar estar num lugar que pode influenciar para ajudar as pessoas desfavorecidas”, salientou.

Abel Bom Jesus disse que o objectivo é eleger deputados: “O lugar onde nós devemos ter e fazer muita aparição é na Assembleia, onde são tomadas as decisões, porque é lá onde (a realidade) precisa ser mudada”.

O candidato ficou conhecido do público com o seu programa de activismo social “Andá Pligu”, que era transmitido na televisão nacional, TVS, mas que foi cancelado já com o actual Governo, tendo “migrado” para a rede social Facebook.

Dezanove candidatos concorreram à Presidência de São Tomé e Príncipe, ocupada por Evaristo Carvalho, que não avançou para um segundo mandato. A segunda volta deverá ser disputada em 08 de Agosto.

 

 

 





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