São Tomé - A oposição são-tomense vai apresentar uma moção de censura ao Governo, exigindo a presença do primeiro-ministro no parlamento para debater "na sua amplitude" o ataque ao quartel, que resultou na morte de quatro pessoas sob custódia de militares.
"Face à recusa da maioria parlamentar do ADI ao nosso pedido do debate de urgência, decidimos introduzir uma moção de censura ao XVIII Governo Constitucional, atendendo que é a via política encontrada para garantir a presença do senhor primeiro-ministro na Assembleia Nacional, casa da democracia, das leis e dos representantes directos do povo, para debater os acontecimentos de 25 de Novembro em toda a sua amplitude", disse Jorge Bom Jesus, presidente do MLTP/PSD.
A iniciativa é uma das deliberações saídas de uma reunião de sete partidos, denominada Frente Unida dos Partidos Políticos de Oposição (FUPPO), nomeadamente o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD, 18 deputados), o movimento Basta (dois eleitos) - ambos com assento parlamentar.
No encontro participaram também, sem lugares no parlamento, o Partido de Convergência Democrática (PCD), o Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM), a Frente Democrática Cristã (FDC), os Cidadãos Independentes para o Desenvolvimento de São Tomé e Príncipe (CID-STP) e a União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD).
A coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista - Partido de Unidade Nacional, conhecido como "movimento de Caué", que conquistou cinco lugares no parlamento, não participou nesta posição.
Na madrugada de 25 de Novembro, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e em que fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões, segundo relatos das autoridades.