Pretória - A Autoridade Tributária Sul-Africana (SARS) anunciou hoje que mais de meio milhão de dólares alegadamente roubados da quinta agrícola do Presidente Cyril Ramaphosa não foram declarados no país.
"O Oficial de Informação da SARS, após uma extensa busca pelo registo em vários Sistemas de Processamento de Passageiros do SARS e contactos com as unidades relevantes no SARS que ele acredita poderem ter a custódia e/ou possuir e/ou ter conhecimento dos registos solicitados, foi informado de que o registo não pôde ser encontrado e/ou pode não existir", explicou o SARS em comunicado.
A informação foi solicitada à autoridade tributária sul-africana pela Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), o maior partido da oposição na África do Sul.
O chefe de Estado sul-africano declarou ao Parlamento que tinha recebido a elevada soma de dinheiro do empresário sudanês Hazim Mustafa como pagamento pela compra de gado no âmbito de uma transacção comercial legítima.
Por seu lado, o empresário sudanês Hazim Mustafa afirmou à imprensa que declarou os 580 mil dólares (545.893,46 euros) no Aeroporto Internacional de Joanesburgo à chegada à África do Sul, em 2019, como é exigido por lei.
Na semana passada, o Tribunal Constitucional da África do Sul (ConCourt) rejeitou um recurso do presidente sul-africano, com o objectivo de contestar o relatório de um painel independente que concluiu que o chefe de Estado "pode ter um caso a responder" pelo roubo de moeda estrangeira na sua fazenda de caça no noroeste do país.
As alegações contra o chefe de Estado partiram do antigo chefe dos serviços secretos sul-africanos Arthur Fraser, de que Ramaphosa terá tentado esconder o roubo de uma elevada quantia de dinheiro encontrada dissimulada nos estofos dos sofás na sua quinta Phala Phala, em 2020.
Fraser acusou o presidente de lavagem de dinheiro e violação de leis de controlo de moeda estrangeira.