Gyeonggi-do – África necessita de um financiamento externo de 2,5 mil milhões de dólares (1 dólar equivale a KZ 852,22) entre 2020 e 2030, para implementar as contribuições determinadas ao abrigo do tratado global do Acordo de Paris da ONU sobre mudanças climáticas, afirmou, em Gyeonggi-do, Coreia do Sul, a comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko.
A diplomata, que interveio no Fórum de alto nível sobre a Aceleração do Acesso ao Financiamento Verde e Climático para África: Parceria pioneira Coreia-África, disse que os fluxos actuais estão muito aquém dos 12 por cento já disponíveis.
Josefa Sacko avançou que África contribui anualmente com menos de 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa e, no entanto, é a região mais vulnerável e com impactos desastrosos das alterações climáticas.
“Sendo responsável por 9 dos 10 países mais vulneráveis às alterações climáticas a nível mundial, a vulnerabilidade resulta de vários factores, tais como a elevada dependência da agricultura de sequeiro, o acesso desigual aos recursos financeiros, fraca capacidade de adaptação, entre outros”, reforçou.
Acrescentou que o êxito na consecução de objectivos ambiciosos de redução das emissões depende, no entanto, da disponibilidade de financiamento climático ou verde significativo, cujos níveis actuais são extremamente inadequados a uma transição justa em África.
Para colmatar tal desiderato, prosseguiu, o continente precisa de ter acesso a recursos financeiros e técnicos sustentados, provenientes de fontes públicas e privadas, bilaterais e multilaterais, incluindo alternativas inovadoras.
Para ilustrar o quadro de financiamento actual do continente, a comissária referiu que África recebe apenas 12% do que precisa, cujas necessidades podem atingir cerca de 250 mil milhões de dólares por ano, para ajudar os países africanos a adoptarem tecnologias mais ecológicas e a adaptarem-se aos efeitos das alterações climáticas para atingir o objectivo de zero emissões líquidas até 2050.
Sublinhou que tendo em conta aos desafios ambientais prementes, a União Africana tem estado empenhada em impulsionar a transição ecológica do continente, promovendo o bem-estar ambiental, social e económico interligados.
Alinhados a estes objectivos estão os vários planos emblemáticos, tais como a estratégia da UA para as alterações climáticas e o desenvolvimento resiliente e o Plano de Acção para a Recuperação Verde da União Africana (AU GRAP).
Fez saber que a Comissão da União Africana (CUA) está actualmente a trabalhar com parceiros regionais e globais para implementar os planos ambiciosos através da mobilização de financiamento climático, entre outras acções.
Exemplificou que a Comissão da União Africana, em colaboração com o “Global Green Institute”, “Africa Capacity Building Fundation“ e o governo do Canadá, deu início à primeira fase de implementação da primeira etapa do plano de acção com o envolvimento da Côte d’Ivoire, Etiópia, Lesoto, Namíbia, Rwanda, Senegal e Zâmbia e de três comunidades Económicas Regionais (Comunidade da África Oriental, Mercado Comum da África Oriental e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral). JM