Soyo - O docente universitário Jeremias Nunes, exortou esta terça-feira, no Soyo, província do Zaire, a classe empresarial a apostar mais na criação de infra-estruturas de apoio ao sector do turismo na circunscrição.
Em declarações à ANGOP, o docente da cadeira de Gestão Hoteleira e Turismo sugeriu a construção de mais hotéis, restaurantes e outros equipamentos de base para o fomento da actividade turística no Soyo.
Jeremias Nunes pediu ao Governo que continue a adoptar políticas de incentivo ao empresariado privado virado ao sector do turismo, no âmbito do programa da diversificação da economia nacional.
Considerou fundamental que se adoptem políticas de financiamento com juros bonificados e prazo de amortização dilatados, dos homens de negócios que operam no sector na localidade.
Destacou as vantagens do turismo, como potencial fonte de geração de renda, riqueza e postos de trabalho sustentáveis e em grande escala, realçando, também, o intercâmbio cultural que essa actividade potencia.
Enumerou, entre os pontos locais de atracção turística, a Ponta do Padrão, os Portos de Mpinda e Rico, as Praias de Kifuma, Sereia, Tombe, Mangue Grande, dos Pobres e as cerca de 130 ilhas encravadas no canal do rio Zaire.
O interlocutor lembrou que o potencial turístico do Soyo permite explorar todas as vertentes inerentes do ponto de vista histórico, cultural, religioso, científico, ecológico e turístico de lazer.
Conforme ainda a fonte, por falta de embarcações e um cais torna-se difícil, nos dias que correm, o acesso de turistas à ilha da Ponta do Padrão, local onde pela primeira vez, em 1482, desembarcou o navegante português, Diogo Cão, na sua rota para a Índia.
O mesmo acontece com o Porto de Mpinda, que recebeu, em 1491, os primeiros missionários católicos portugueses, dando assim o início a missão de evangelização cristã na África Subsariana.
“Esses e outros sítios e locais histórico-culturais clamam por investimentos para a melhoria das condições de recepção e atendimento de turistas”, notou.
Elaboração do roteiro turístico
O também chefe de departamento do ensino e investigação do curso de Gestão de Hotelaria e Turismo do Instituto Superior Universitário Nimi-ya-Lukeny (INSPUNYL) do Soyo falou, igualmente, da contribuição que está a ser dada pela sua instituição na formação do capital humano para o sector da hotelaria e turismo na localidade, que espera lançar os primeiros 45 finalistas formados no ramo, em 2025.
Informou, por outro lado, que está em curso um projecto de elaboração do primeiro Roteiro Turístico para o município do Soyo, pelos seus formandos, sob orientação de alguns especialistas em ciências históricas, geográficas e outros.
Salientou que a iniciativa envolve, também, entidades tradicionais e religiosas locais e outros, que estão a radiografar, catalogar e recolher os dados primários dos pontos turísticos locais, visando a sua documentação e publicação.
Sem avançar prazos para a conclusão dos trabalhos, a fonte disse que se pretende, igualmente, evoluir para a criação de um Plano Director do Desenvolvimento do Turismo do Município do Soyo.
No seu ponto de vista, quanto mais informação for disponibilizada, mais interesse terão os turistas em visitar o Soyo, para quem estes documentos vão ajudar a orientar os turistas aos locais de seu interesse.
Dados disponíveis apontam a existência de mais de 14 unidades hoteleiras e similares no município petrolífero do Soyo, que totalizam cerca de 800 quartos.
A circunscrição tem uma população estimada em mais de 300 mil habitantes, distribuídos pelas comunas de Mangue Grande, Pedra do Feitiço, Sumba, Quêlo e Sede. PMV/JL