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Líder do MDM quer recontagem dos votos ou anulação das eleições

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  • Luanda • Sexta, 08 Novembro de 2024 | 11h48
Bandeira de Mocambique
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Maputo - O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, exigiu hoje uma recontagem dos votos ou a repetição da votação, como formas de repor a "justiça eleitoral".

Simango é um dos quatro candidatos presidenciais às eleições de Outubro, segundo a Lusa.

Em conferência de imprensa em Maputo, o líder do terceiro maior partido moçambicano afirmou que apenas estas duas soluções permitem a "credibilização" do processo eleitoral em torno das eleições gerais de 09 de Outubro, fortemente contestado. 

"A promoção da recontagem dos votos e fazer a sua comparação com os editais e atas para verificar se os resultados publicados correspondem de facto à vontade popular", afirmou.

Avançou, em alternativa, com a possibilidade de anulação do escrutínio: "Anulação significa repetição de eleições em toda a escala nacional", disse.

Lutero Simango afirmou ainda, a propósito das manifestações violentas que se registam no país desde Outubro, que culminaram quinta-feira com barricadas de manifestantes, sobretudo apoiantes do candidato Venâncio Mondlane, em várias zonas da cidade de Maputo, que o uso da força "só vai gerar mais violência", e pediu um "diálogo inclusivo".

"Mas em primeiro lugar resolver o problema principal e alcançar a justiça eleitoral", afirmou, insistindo que "diálogo sim, vamos dialogar. Mas é preciso concentrar no problema, que é o problema eleitoral".

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de Outubro, dos resultados das eleições de 09 de Outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) .

Entretanto, na eleição a Presidente da República, foi eleito com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de Outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo anteriormente convocada para quinta-feira, 07 de Novembro.

Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de Outubro em Moçambique, anunciou quinta-feira que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.

"A causa destas manifestações, que ocorrem em todo o país, são os resultados eleitorais na posse do Conselho Constitucional que não reflectem a vontade popular e a expressão dos eleitores nas urnas. Há ausência da justiça eleitoral (...) Este é o sentimento dos que foram votar, observaram as eleições e testemunharam todo o processo de contagem e processamento dos editais e atas e a sua publicação", disse Simango.

"Este é o problema fundamental, é a causa da situação pós-eleitoral que se faz sentir no país, associando com tantos outros problemas, a intolerância política, o abuso de poder, altos níveis da pobreza, custo de vida, captura do Estado, raptos, sequestros, taxas elevadas d desemprego, fome e tantos outros", concluiu.

Pelo menos três mortos e 66 pessoas ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e a polícia na quinta-feira, oitavo dia das greves convocadas por Venâncio Mondlane, anunciou hoje o Hospital Central de Maputo (HCM), maior unidade do país.

Dia 07, (quinta-feira) em todas as nossas portas de entrada tivemos um cumulativo de 138 admitidos, dos quais a urgência de adultos teve 101 pacientes.

Dos 101 pacientes, 66 foram vítimas dessas manifestações e os restantes foram por outras causas", disse o director do Serviço de Urgência de Adulto no HCM, Dino Lopes, em declarações à comunicação social.

Dados apresentados pelo responsável dão conta que pelo menos três pessoas perderam a vida quinta-feira, em resultado das manifestações.

"Dos 66 feridos, tivemos 57 possivelmente com lesões causadas por armas de fogo, quatro por queda, três por agressão física e dois feridos com armas brancas", acrescentou o director do Serviço de Urgência de Adulto no HCM. GAR





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