Caxito – O administrador da Sino Ord - Parque Industrial, Vivaldo Ramos, negou nesta terça-feira, em Caxito, província do Bengo, informações postas a circular, que indicam que a empresa manteve, há cerca de um ano, os seus trabalhadores em cárcere privado.
Em conferência de imprensa, o responsável explicou que devido a pandemia da Covid-19, a empresa reuniu com os trabalhadores para estabelecerem a melhor forma de trabalho durante período em causa (2020), sem prejuízo de ambas as partes.
Neste âmbito, foi acordado de forma opcional, que os trabalhadores interessados permaneceriam no local de trabalho e receberiam um bónus de cerca de 25 por cento do salário base.
O que passou, esclareceu, é que os trabalhadores nesta condição depois de receberem os seus salários durante alguns meses quiseram desrespeitar o acordo firmado, alegando estarem sob cárcere privado e ao mesmo tempo passando a informação a outras pessoas de fora da empresa” explicou.
“Não se tratou de cárcere privado, mas sim de um acordo firmado, onde uma das partes não quis cumprir” sublinhou o responsável.
Em relação a outras situações, admitiu que as condições de alimentação e de habitabilidade nas instalações até então não eram as melhores para os trabalhadores angolanos mas, neste momento, a empresa tem estado a trabalhar na melhoria dessas áreas.
Negou também haver na empresa uma carga de trabalho excessiva, uma vez que os trabalhadores funcionam em regime de turno.
Mayasosa Luningisa, há três anos na Sino Ord, disse que antes dormiam em contraplacados e agora dormem em camas e fazem as refeições no refeitório.
Proveniente da província do Uíge e residente na vila de Viana, em Luanda, informou que de 15 em 15 dias tem dispensa para visitar a família.
Abigail Estevão, um dos cerca de dois mil trabalhadores da empresa, confirmou a melhoria das condições laborais e de acomodação, mas disse esperar que mesmas não continuem, pois há ainda muita coisa por melhorar na empresa.
Já o trabalhador Zacarias Epalanga apontou a intimidação que sofrem por parte dos trabalhadores chineses quando estes reclamam por melhorias.
Entretanto, a Inspecção Geral do Trabalho (IGT) visitou recentemente as instalações da empresa e 80 por cento das recomendações deixadas foram já efectivadas, faltando a questão relativa a higiene e segurança no trabalho.
Localizada na comuna da Barra do Dande, província do Bengo, o pólo industrial da Sino Ord criou cerca de dois mil postos de emprego directos, 80 por cento dos quais para angolanos.
Neste momento, o pólo industrial produz apenas 70 por cento da sua capacidade instalada por estar a funcionar apenas com uma linha de produção que produz 40 mil caixas de azulejo e 42 mil caixas de mosaico/dia.
Em funcionamento está a fábrica de cerâmica, de esmalte e a de papelão (as duas últimas servem de apoio a primeira).