Benguela – Cerca de 28 mil idosos estão a ser acompanhados pelos programas de assistência social implementados pelo Governo, na província de Benguela, com vista a reforçar a sua inserção, soube hoje a ANGOP.
Esta informação foi avançada pelo chefe de Departamento do Gabinete Provincial de Acção Social, Família e Igualdade do Género em Benguela, António Vitorino, por ocasião da celebração antecipada de Natal com mais de 200 idosos vulneráveis no município de Benguela.
Adiantou que os programas de intervenção da Acção Social visam o acompanhamento dos idosos, na sua maioria em situação de vulnerabilidade, quer em centros de acolhimento, quer nas comunidades onde vivem.
Segundo António Vitorino, que responde pelo Departamento de Acção Social, beneficiam dessa assistência os idosos alvo de abandono familiar e por isso sem condições de subsistência na sociedade.
Contou que a província conta com quatro lares de acolhimento da terceira idade, sendo dois públicos e dois privados localizados nos municípios de Benguela, Lobito e Cubal, para retirar os idosos da mendicidade nas ruas.
Dado o elevado número de idosos acompanhados pela Acção Social, o responsável defende que o ideal seria construir um centro de acolhimento em cada um dos dez municípios da província de Benguela, para melhorar a assistência daqueles sem condições e que estão “entregues à própria sorte”.
Lembrou que há projectos de construção de espaços públicos de assistência a pessoa da terceira idade nas carteiras de investimento do governo local, mas as dificuldades económicas condicionam a sua execução.
“Seria bom que tivéssemos mais espaços para acolher os idosos, mas isso também depende de recursos”, notou, optimista de que as autoridades vão continuar a trabalhar para melhorar as condições de acolhimento e assistência a esta franja social.
O chefe de Departamento de Acção Social aponta que o abandono é, tal como a fome, o grande problema que enferma esse estrato social. “Alguns idosos são acusados pelos próprios familiares de práticas de feitiçaria”.
Já a administradora municipal de Benguela, Paula Marisa, que promoveu o Natal antecipado com os idosos dos bairros da Seta Nova e Calossombekua, afirmou que o Estado tem a obrigação de cuidar melhorar da pessoa da terceira idade.
Também prometeu resolver os problemas reais a si apresentados, como a falta de água e a fome, apelando aos empresários que ajudem em termos de cestas básicas.
“São uma biblioteca viva e muitos deles já deram muito pela nossa sociedade, por intermédio das suas famílias”, reconhece a responsável.
Enquanto isto, o soba daquela comunidade, Zeferino Caita, agradece o gesto da administração municipal de Benguela de levar alegria aos idosos que, como notou, carecem de apoio alimentar, água e energia naquela área.
Outra anciã Rosália António, 69 anos, vive no mesmo bairro e lança um grito de socorro às autoridades benguelenses: “Precisamos de comida porque a fome está a apertar as famílias”.