Icolo e Bengo - As famílias desalojadas das encostas dos bairros da Samba (Maianga) e Coreia (Ingombota), província de Luanda, transferidas para o município do Icolo e Bengo, clamam por celeridade na entrega das casas, por estarem confinadas num espaço sem condições de habitabilidade.
As 163 famílias foram retiradas das zonas de risco em Agosto de 2021 e alojados num Centro de Serviços Rurais, na comuna de Caxicane, num espaço comum, sem compartimentos.
Em entrevista à ANGOP, o coordenador dos desalojados, Orlando dos Santos referiu que tem sido difícil a coabitação, pois muitos cidadãos têm comportamentos lesivos a sã convivência social.
"Há muita falta de higiene e uma conduta reprovável (...), por parte de muitos cidadãos", lamentou.
Fez saber que para minorar as dificuldades de alimentação, a Acção Social oferece duas refeições para mais de 700 pessoas, entre crianças e adultos de Caxicane.
Uma constatação feita pela ANGOP, notou que o interior do Centro está sem higiene e exala um cheiro náusea, com pertences, entre roupas e louças espalhados pelo chão do corredor, mas tem energia eléctrica e os ocupantes consomem água retirada de um reservatório plástico.
"Canso-me de sensibilizar e chamar atenção sobre os perigos que este tipo de comportamento nos pode causar à saúde, mas sou ignorado pelos meus vizinhos", disse.
Entretanto, o governo construiu 220 residências T2, frente a comuna do Caxicane, para os desalojados, todas com tecto, portas, janelas e energia eléctrica, mas sem reboco, água e nem fossas, razão pela qual não podem ser ocupadas.
De igual modo, está construído um mercado com aproximadamente 200 bancadas que encontra-se também desocupado.
Em declarações à ANGOP, o administrador municipal adjunto para área técnica, Gilberto Adão fez saber que a entrega das casas está dependente da delimitação dos quintais, construção de fossas e instalação de água potável.
"Estamos a prever uma reunião com o empreiteiro ainda esta semana, para realizar estes trabalhos e, por fim, entregarmos as residências", confirmou.
A construção dessas habitações sociais foi autorizada pelo Presidente da República, João Lourenço, através do Despacho nº 14/22 de Janeiro, que orienta a realização da despesa de 1.750.000.000,00 de kwanzas e a abertura do procedimento de contratação emergencial, para a adjudicação do contrato de empreitada de obras públicas com a empresa Revescor.