Ondjiva - Duzentos e 35 mil pessoas dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde vão beneficiar de água potável, no âmbito da estação de captação do Cafu, a partir do rio Cunene, inaugurada esta segunda-feira, pelo Presidente da República, João Lourenço.
A estação de captação e bombagem do Cafu é o primeiro de cinco projectos do programa de acções estruturantes de combate aos efeitos da seca na província do Cunene.
O projecto está avaliado em 44 mil milhões 358 milhões 360 mil 651 kwanzas e vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.
A empreitada de construção do canal foi decidida depois de uma visita do Presidente da República às Cacimbas em Ombala Yo Mungo, município de Ombadja, em Maio de 2019, na altura afectada por uma seca severa.
Na altura, cerca de 857 mil pessoas, correspondendo a 178 mil famílias, residentes em 436 localidades críticas, tinham sido afectadas pela seca, assim como foi registada a morte de 72 mil bovinos devido a escassez de água e pasto.
Devido ao fenómeno, 276 escolas tiveram que encerrar, motivado pela desistência de 54 mil e 490 alunos que se transferiram para as áreas de transumância.
No sistema de captação foram instalados estruturas metálicas da câmara de aspiração e zona de tomada de água, edifício da subestação eléctrica com três grupos geradores com capacidade de um megawats e reservatório unidimensional e um conjunto de painéis solares capazes gerar 1.5 megawatts de energia.
Tem um canal a céu aberto, numa extensão de cerca de 160 quilómetros, com o canal principal de 47 quilómetros desde a estação do Cafu a Ombala yo Mungo e dois outros ligando os municípios de Ndombondola (55 km) e Namacunde (53 km).
O projecto conta com 30 chimpacas, com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade e a capacidade de armazenamento de água variando entre 25 mil a 30 mil metros cúbicos.
O projecto teve em conta um estudo de pacto ambiental, que inclui um protocolo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla inglesa), bem como a partilha de informação com a Namíbia.
Os trabalhos, a cargo da empresa chinesa Sinohydro, garantiram emprego directo a três mil 477 trabalhadores.