Sumbe - O director-geral da ONG belga "APOPO" em Angola, Manuel Agostinho, anunciou hoje, quarta-feira, que foram identificadas 89 áreas por desminar no Cuanza Sul, equivalente a seis milhões de metros quadrados.
APOPO é uma ONG de origem Belga que actua em Angola na área de desminagem nas províncias do Cuanza Sul e Cuanza Norte.
De acordo com o responsável, da ONG ligada a desminagem, que falava à imprensa, para 2025 a APOPO prevê desminar 15 áreas contaminadas por minas no município de Seles, tendo para o efeito, pelo menos, 39 operacionais e 12 ratos acreditados pela Agência de Nacional da Acção contra as Minas (ANAM) já preparados.
“O trabalho que um rato faz, por dia, no processo de desminagem substitui seis sapadores e tem sido muito útil e rápido neste processo”, disse.
Desde 2020, o reino da Bélgica já disponibilizou dois milhões, 517 mil, 653 euros para o processo de desminagem no Cuanza Sul.
A APOPO já desminou no Cuanza Sul 20 áreas em seis municípios, que equivalem a quatro milhões de metros quadrados, removeram 300 minas antipessoal e anti-tanque e 550 engenhos.
Numa recente visita aos campos desminados e zonas logísticas, o primeiro secretário da Embaixada do Reino da Bélgica em Angola, Pieter - Jan Hammels e a directora-adjunta do ANAM, Isabel Massela, destacaram a necessidade do reforço financeiro e trabalho de desminagem para tornar Angola livre dos engenhos explosivos.
Reino da Bélgica reitera apoio a desminagem
O primeiro secretário da Embaixada do Reino da Bélgica em Angola, Pieter - Jan Hammels, assegurou um financiamento de um milhão de euros para 2025/2026, visando o processo de desminagem no Cuanza Sul, por via da ONG APOPO.
De acordo com o diplomata, os resultados demonstrados nas zonas desminadas que servem para as famílias agrícolas, construção de residências, promove o desenvolvimento do país e dá mais força para se continuar a financiar a APOPO.
O embaixador adjunto que trabalhou, na semana finda no Cuanza Sul, reforçou que “visitamos áreas de operações de desminagem e constatamos o quanto as actividades desenvolvidas podem ter impactos na perspectiva de eliminar a contaminação remanescente de minas terrestres na região”.
Destacou que fruto trabalho da APOPO realizado na montanha do Zongo, foram removidos 87 engenhos, numa superfície de 142 mil 356 metros quadrados entregue para fins agrícolas, para uma população estimada em mil 482 habitantes.
Agência de Nacional da Acção contra as Minas
Por seu turno, a directora-adjunta do ANAM, Isabel Massela, revelou que o Cuanza Sul tem seis milhões de metros quadrados, equivalente a 89 áreas identificadas por desminar.
Após a conquista da paz em 2002, no levantamento para processo de desminagem, o Cuanza Sul tinha 311 campos de minas.
“Tinhamos o compromisso de declarar Angola livre de Minas em 2025, porém notou-se redução na desminagem por falta de financiamentos e urge a necessidade de paulatinamente trabalhar para a eliminação das minas no país”, ressaltou. LC/PA