Ondjiva- Três mil e 913 integrantes de grupos minoritários da província do Cunene, beneficiam de assistência alimentar do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Género, visando garantir a sobrevivência, protecção e desenvolvimento integral deste segmento.
De acordo com o chefe de Departamento da Acção Social no Cunene, Alexandre Tulikeni, dos assistidos dois mil 791 são integrantes das comunidades khoisan, 799 vátuas e 323 pessoas com albinismo.
Em declarações, esta terça-feira, à ANGOP, a propósito das celebrações do 21 de Março, Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, referiu que o apoio consubstancia-se na distribuição regular de bens alimentares e de melhoria de abrigo.
Apontou a implementação do projecto-piloto na comunidade de Onamalhata, onde foi criado um centro integrado para albergar os khoisans, que engloba uma lavra comunitária, inserção das crianças no sistema de ensino, atribuição do registo civil e identidade.
Segundo o responsável são pessoas que merecem atenção do governo, porque continuam a viver do processo de recolecção de frutas e da caça, e com o agravamento das mudanças climáticas muitos deles encontram-se em situação de vulnerabilidade.
Alexandre Tulikeni referiu que, apesar do contacto com outros povos e sua exposição a outras influências, estes mantiveram os seus hábitos e formas de sobrevivência seculares.
Relativamente aos vátuas, disse que de encontram em fase de efectivação ”o projecto avestruz”, que tem como fundamento agrupar estas famílias num único espaço para integração em actividades produtivas e aproximar as crianças das escolas.
Sem a efectivação deste projecto, sublinhou, a existência do lar de estudante no Curoca, que acolhe igualmente integrantes da comunidade vátuas , com a inserção de vários jovens nos diferentes subsistemas de ensino.
Para as pessoas com albinismo, salientou que o apoio recai na distribuição gratuita de cremes para a protecção da pele contra a radiação ultravioleta, .
Fez saber que em 2022, o sector adquiriu mais de mil frascos, destinados ao apoio às pessoas portadoras do albinismo, de famílias desfavorecidas de modo a ajudar a prevenir-se de problemas dermatológicos por exposição aos raios solares.
O responsável fez saber que vão continuar a mobilizar recursos financeiros para a compra de mais kits, para beneficiar de forma gradual as restantes pessoas da circunscrição.
Entretanto solicitou a consciencialização da comunidade local, no sentido de evitarem actos de discriminação racial, realçando que o fenómeno afecta a auto-estima da pessoa lesada.
O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial assinala-se, anualmente, a 21 de Março, com objectivo de mobilizar a sociedade civil para a luta contra a discriminação racial, bem como a importância da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
A data foi estabelecida através da Resolução 2142 (XXI) da Assembleia Geral das Nações Unidas, a 26 de Outubro de 1966, em virtude dos acontecimentos ocorridos no dia 21 de Março de 1960.
Nesse dia, a polícia abriu fogo e matou 69 pessoas numa manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, contra leis que aprofundavam o Apartheid. FI/LHE/VIC